A Comissão Disciplinar da Liga deu como provados vários erros de João Ferreira no Sporting-P. Ferreira, mas defende que nenhum deles configura «erro técnico grave» e decidiu por isso arquivar o processo contra o juiz, considerado não ter havido ilícito disciplinar.
A mão de Ronny no golo que decidiu o jogo a favor do P. Ferreira é dada como provada e considerada um «erro grave», mas a CD não deu razão à tese do Sporting, que participou do árbitro e considerou que este tinha agido com culpa e falava em dolo eventual.
A CD, que divulgou o acórdão na origem da decisão e teve em conta as declarações do árbitro e as avaliações dos observadores, defende que não estão reunidos os pressupostos para a definição de erro técnico grave, que seriam a «intenção do árbitro em prejudicar um dos competidores no jogo e/ou em violar as leis que regem o jogo». O acórdão recorda ainda que o Regulamento Disciplinar deixou de prever o erro de facto, no qual se inseriria esta situação.
A CD deu também como provado o ajuizamento errado de João Ferreira ao não assinalar penalty sobre Liedson e ao assinalar dois foras-de-jogo a jogadores do Sporting, mas defende que «são situações que acontecem e vão continuar a acontecer no futebol português» e que se fossem sancionados todos esses erros «facilmente deixaríamos de ter equipas que arbitrassem os jogos». Conclui que «nada emerge dos factos que permita sustentar ter a equipa de arbitragem agido, por referência a esses lances, culposamente, mesmo que negligentemente», para que pudessem ser sancionadas à luz do artigo referido pelos «leões» (161º e 166º), aqueles que prevêem sanções para os árbitros que adoptem «atitude passiva ou negligente perante comportamentos incorrectos e antidesportivos» ou em caso de «incumprimento culposo pelos árbitros dos deveres».
Erros de Xistra no Benfica-E. Amadora não tiveram influência
Quanto a Carlos Xistra, num processo movido por queixa do Benfica relativo ao jogo com o E. Amadora, a CD também considerou não ter havido «erro técnico grave», em primeiro lugar porque os erros não ocasionaram «alteração no decurso ou no resultado» do jogo, que o Benfica venceu por 3-1.
É dado como provado que o juiz não assinalou duas grandes penalidades a favor dos «encarnados», sobre Nuno Gomes e Miccoli, e também errou a ajuizar lances de fora-de-jogo, mas considera-se correcto o segundo cartão amarelo mostrado a Miccoli, principal motivo de queixa dos «encarnados», que ficaram privados do avançado para o jogo com o F.C. Porto. A CD considera ainda que os erros de Carlos Xistra foram sancionados «com o abaixamento da nota que lhe foi dada neste jogo, cabendo, naturalmente, à Comissão de Arbitragem estar atenta a estas situações e evitar que se repitam no futuro».