«Καλά Χριστούγεννα και μια καλή χρονιά!» é expressão que Lourenço admite não conseguir pronunciar em grego numa época tão propícia ao «Feliz Natal e Bom Ano Novo». Mas o avançado português, que joga no Panionios, garante aos leitores do Maisfutebol que para a próxima será diferente. Se continuar na Grécia, as suas felicitações de 2008 terão pronúncia local.
Por enquanto, «παρακαλώ [por favor]» e «ευχαριστίες [obrigado] são palavras de circunstância num idioma em que admite «não pescar nada», usadas apenas por gentileza, num «dia-a-dia semelhante a Portugal, não fosse a língua, o fuso horário e o calor de arrasar no Verão», até porque no Panionios «a maior parte comunica em inglês, desde o presidente, que fala até mais línguas, como o alemão, aos jogadores, e há sempre alguém que desenrasca qualquer coisa em espanhol».
«Se falarem devagar, sou capaz de perceber alguma coisa, o básico. Penso que terei com o grego as mesmas dificuldades que o Katsouranis [Benfica] terá para falar português», entende Lourenço, que, como qualquer estrangeiro, conhece bem as asneiras, não para as repetir, mas para as evitar. «Falam muito alto e parece que estão sempre a discutir», esclarece, ainda, assegurando, porém, que nunca se sentiu ameaçado.
Cascais, na Grécia
O Panionios, de Atenas, onde também mora, mas a sul, em Glyfada, a Cascais lá do sítio, «para não sentir tantas saudades de Portugal», é um desafio há um ano (chegou a meio da época passada), «uma espécie de Sp. Braga» da Grécia, por ser uma equipa que luta sempre para as competições europeias. «Tenho mais ano e meio de contrato», lembra o atacante, que, todavia, tem estado afastado dos relvados e «com muita tristeza da participação na fase de grupos da Taça UEFA [grupo H]».
Lesionou-se na primeira jornada do campeonato, foi operado há quase um mês e na semana que antecede o Natal iniciou em Portugal a necessária fisioterapia. «Devo regressar depois das festas para ser observado pelo médico do Panionios e talvez em Fevereiro esteja já lá em definitivo», perspectiva Lourenço. «Sou bem disposto por natureza, não me deixo ir abaixo, sei que vou ter de começar do zero, mas já passei por lesões graves, e nunca desisti, não só pela minha juventude como pelos objectivos. Tenho saudades de jogar», desabafa o atleta de 24 anos.
Mais para dar
É que apesar de bem recebido, de «gostar de estar lá», de «a Grécia ter ganho o Euro-2004 e voltar a qualificar-se para um Europeu, trazendo mais atenção para o país» e de o Sp. Braga ser «uma boa equipa», Lourenço acredita que tem mais para dar, de preferência num campeonato com maior visibilidade, «num clube com outras ambições».
Como o Sporting, que o viu crescer ainda nas escolas para o emprestar ao fim do primeiro ano como sénior. Não guarda mágoa daquele que considera seu, «é passado», nunca dirá que não voltará a rugir, mas custa-lhe ver os jogos à distância, por sentir «que podia ajudar». «Sei o valor que tenho e tudo farei para chegar o mais longe possível», promete Lourenço, que para 2008 deseja mais do que nunca «recuperar a forma».