O Beira Mar arrancou, este domingo, provavelmente a melhor exibição de toda a época. Pelo menos em números, a inspiração aveirense ficou bem espelhada, e o triunfo sobre um candidato europeu, a duas jornadas do fim do campeonato, traz um novo alento de esperança para Costinha.

Para já, pelo menos, os aurinegros deixaram o último lugar da tabela, para onde tinham caído a partir da 21ª jornada, trocando com o Moreirense, e mantêm a linha de salvação à distância de um ponto. A equipa está, claramente, em processo de «remontada» e até houve um espanhol a ajudar à goleada.

Pelo contrário, o Marítimo acusa claramente um contraciclo, somou a quinta partida seguida sem ganhar, e a terceira derrota consecutiva. O projeto europeu está definitivamente colocado de parte no Funchal depois desta ponta final em queda abrupta.

Elogio à loucura

Golos e mais golos. Parecia um jogo sem defesas. Ora marco eu, ora marcas tu, e o Beira Mar, como de costume, a desperdiçar duas vantagens. Sempre foi mais fácil a esta equipa marcar do que segurar resultados ao longo da época.

Só foram precisos 35 segundos (um novo recorde) para Nildo fazer o primeiro da tarde e menos de um minuto e meio depois empatou o Marítimo, por Sami. Os mesmos jogadores haveriam de voltar a colocar os aveirenses na frente e restabelecer a igualdade, respetivamente.

Pelo meio, uma série de oportunidades, sobretudo para os da casa, mas também alguns sustos para Rui Rego, que os insulares sabiam bem o que fazer com a bola e, servidos por dois médios da qualidade de David Simão e Artur, só podiam almejar a felicidade.

Recorde o AO MINUTO do jogo

Com a barrigada da primeira parte, público satisfeito e até em maior número do que o habitual fruto das campanhas dos aurinegros para trazer nesta altura mais gente ao estádio, criaram-se, naturalmente, expetativas para a segunda metade.

Continuariam os técnicos a apostar neste jogo vertiginoso, sem espartilhos táticos, e olhos apenas para a baliza do adversário? Ou seria esta a altura de apostar no pragmatismo, na lógica do ponto que, valha a verdade, também não serviria a nenhuma das equipas em função dos seus objetivos?

O primeiro dado que ficou foi que aqueles dois primeiros minutos de jogo não iriam repetir-se no dealbar da segunda parte. Bem melhor posicionadas e equilibradas, tanto a formação de Costinha como a de Pedro Martins, dois antigos médios «cerebrais», incutiam bem mais calma ao jogo.

Confira a FICHA e as NOTAS dos jogadores

Até que Nildo, em mais um golpe de inspiração, isola Yazalde e Márcio Rozário agarra o ex-Sp. Braga em plena grande área. Penalty indiscutível e oportunidade para Balboa, um dos melhores em campo, fazer o 3-2.

Foi o princípio do fim para o Marítimo. O técnico dos ilhéus ainda mexeu na equipa, tentou dar-lhe um abanão, mas não conseguiu mais do que ficar a ver Abalo fazer o quarto para o Beira Mar. Bem merecido.