No final do jogo desta tarde sobra a ideia que a vitória no Dragão não marcou nenhum ponto de viragem na carreira do Beira mar, marcou apenas um enorme equívoco. Sim, que afinal nada mudou. A equipa aveirense voltou a não conseguir ganhar, continua a coleccionar maus resultados, numa espiral de pontos perdidos muito difícil de conseguir explicar.
Os homens de Cajuda até dominam os jogos, são mais ofensivos e mais expeditos, mas dessa série de boas intenções não sobra mais que isso, uma série boas intenções. Falta sempre qualquer coisa. Falta mais sorte, seguramente, mas falta também mais agressividade, mais vontade, mais concentração. Grande parte desta derrota explica-se, aliás, pela falta de atenção defensiva que permitiu três golos ao adversário.
E de repente até um desesperado como o Moreirense parece uma boa equipa. Quem olhar bem para este jogo tem muitas dificuldades em perceber como é que a formação de Vítor Oliveira caminhava na última posição, cada vez mais perdida na Superliga. Esta tarde pareceu uma equipa consistente, organizada e de princípios bem definidos. Teve muito mérito no triunfo, aliás. Começou por ter a sorte de contar com um guarda-redes inspirado e partiu dessa segurança para uma partida de contra-ataque eficaz. Tremendamente eficaz, aliás.
É certo que voltou a contar com a sorte na altura do segundo golo, o golo que voltou a sublinhar a vantagem sobre o Beira Mar, mas depois disso, e principalmente na segunda parte, mereceu inteiramente o triunfo. Mostrou-se muito seguro na defesa, organizado no meio-campo e rápido no ataque, o que lhe permitiu lançar o pânico na desorganizada defesa aveirense numa mão cheia de vezes. E chegar ao terceiro golo. Que sublinhou logo aí a segunda vitória no campeonato. Um balão de oxigénio muito importante, que lhe permitiu deixar a lanterna vermelha. Os aveirenses estão agora, outra vez, com a linha de água por baixo dos pés.