Filipe Cândido, treinador do Belenenses SAD, classificou o desaire do Sp. Braga na Taça da Liga, diante do Boavista (1-5), como um «acidente de percurso» e espera um adversário a querer responder ao resultado negativo na jogo que encerra a 15.ª jornada da Liga este domingo.

Em conferência de imprensa virtual, Filipe Cândido rejeitou que os «azuis» possam tirar partido da derrota dos minhotos, que os afastou da Final Four da competição, mas disse terem «boas expectativas», após uma semana normal de treinos, passado o surto de covid-19 no plantel.

«As expectativas são as melhores, pois esta semana houve um sentimento de regresso às condições normais de uma equipa de futebol para poder desenvolver o seu trabalho da forma mais natural. Quando olhamos para o Sp. Braga, percebemos que foi um acidente de percurso o que aconteceu no último encontro»sublinhou o treinador.

Depois de catorze dias em isolamento profilático nas suas residências, o plantel às ordens de Filipe Cândido «vai começando a ganhar índices físicos» e pode ser possível «discutir o jogo ao máximo», afiançou o timoneiro, ciente de que «o único caminho é crescer».

«Vamos estar muito melhores do que estivemos. Sei que a equipa vai estar preparada e tenho a certeza de que o único caminho é crescer, a nível tático e na disponibilidade física. Isso é o que me deixa otimista. A coragem que sinto vem também da resposta que os jogadores me dão todos os dias. Isso só nos vai dar mais força», expressou.

Avaliando a equipa bracarense como uma das melhores a praticar futebol em Portugal, Filipe Cândido explicou que o adversário «procura ser uma equipa dominante e a criar alguns desequilíbrios através da posse, com um bom jogo posicional», além de possuir atletas «muito mais técnicos e rápidos, que fazem jogadas de grande efeito».

«Como todas as equipas, também têm alguns pormenores no coletivo que podemos aproveitar. Vamos procurar, acima de tudo, tentar continuar o trabalho que tínhamos feito antes, sabendo que teremos pela frente jogos extremamente difíceis. O Sp. Braga vai querer dar uma resposta, vamos tentar estar à altura do desafio. Também queremos dar uma resposta depois de tudo o que nos aconteceu», realçou o lisboeta.

O maior desafio elencado poderá ser sair da pressão alta exercida pelos arsenalistas, na qual o Belenenses SAD pode explorar «algum espaço nas costas da linha defensiva em função dessa pressão», sendo preciso «ser fortes nos quatro momentos do jogo».

«Orçamentos não vencem campeonatos, mas acabam por ajudar. Tem um futebol de qualidade, apoiado, com uma ideia bem clara e definida. É uma equipa muito reativa quando perde a bola, com muitas recuperações no meio-campo ofensivo», elogiou.

O Belenenses SAD inicia um ciclo de quatro jogos consecutivos fora de portas, até ao início do próximo ano, o que irá obrigar a alguma criatividade na gestão da equipa e a momentos de rotatividade, assumiu o técnico, que, contudo, prefere ir «jogo a jogo».

«Acreditamos em todos, desde que estejam a cem por cento e a atitude seja sempre a melhor. Vamos pensando jogo a jogo. São quatro jogos seguidos fora de casa, vamos tentar fazer sempre o nosso melhor, mas sabemos das dificuldades. Não vamos abanar, em momento algum, com qualquer resultado que não seja positivo», frisou o treinador.

O médio Yaya Sithole, que se encontrava retido na África do Sul desde novembro, dada a situação pandémica, já se encontra em Portugal, mas dificilmente poderá ser opção, juntando-se aos lesionados Sandro, Chico Teixeira e Rafael Camacho, enquanto o avançado brasileiro Safira já treina de forma condicionada e encontra-se em dúvida.