A figura: Tiago Silva:
Com Fejsa preocupado em dobrar os laterais e Matic mais adiantado no terreno, o camisola 10 do Belenenses soube explorar o terreno livre para levar a equipa para o contra-ataque. Sem esquecer as tarefas defensivas teve pulmão para alimentar o tridente ofensivo, sempre muito dinâmico e certeiro. Cobrou o canto que deu origem ao golo de Diakité, aos 30 minutos. Saiu a oito minutos do fim, quando já estava a evidenciar alguma quebra física, e quando Marco Paulo entendeu que era preciso reforçar o «miolo». Bela exibição!

O momento: o empate do gigante
Minuto 30. Tiago Silva cobra um canto na esquerda e mete a bola quase em «balão» para o segundo poste, à procura do «gigante» Diakité, que ganha nas alturas a Fejsa e cabeceia para o fundo da baliza. Ficam dúvidas sobre a interferência de Fredy no lance, em posição irregular, mas o árbitro validou e o Belenenses restabeleceu a igualdade na Luz, acabando por segurar esse resultado até final. Um prémio justo para uma exibição bastante interessante, sem «autocarros», frente a um adversário que esteve muito aquém do esperado.

Outros destaques:

Cardozo
Talvez o único jogador do Benfica que merecia tirar algo mais do jogo. Depois do regresso aos golos em Guimarães, na ronda anterior, voltou aos festejos na Luz. Um belo golpe de cabeça que deu, na altura, vantagem ao Benfica, mas que acabou por só valer um ponto. Foi protagonista também da melhor ocasião encarnada da segunda parte, desviando de cabeça um cabeceamento de Lima, com a bola a sair ligeiramente por cima da barra.

João Afonso
Todos os elementos da retaguarda do Belenenses estiveram em bom plano (toda a equipa, na verdade), mas João Afonso destacou-se sobretudo pela eficácia nos lances aéreos, até porque o Benfica recorreu muitas vezes aos cruzamentos, perante a escassa inspiração das suas unidades mais adiantadas.

Maxi Pereira
Talvez o símbolo maior de um Benfica que continua longe do que mostrou na época passada. De regresso à titularidade o uruguaio confirmou, uma vez mais, o péssimo momento de forma. A vocação ofensiva já não dá tanto à equipa, e depois faltam pernas para recuperar posição, obrigando Fejsa e Enzo a cuidados redobrados.

Danielsson
Exibição muito sólida do médio islandês recrutado ao AIK. Conseguiu, com a ajuda de Diakité, limitar a ação de Matic, e depois foi soltando-se sempre que possível para dar apoio a Tiago Silva. Esteve em todo o lado e acabou esgotado.