A figura: Enzo Pérez

De volta ao seu habitat natural na ala depois de já ter encarnado de corpo inteiro o papel no meio-campo que Jesus precisou que assumisse na época passada, Enzo recordou-nos por que era dali que vinha. Antes que o jogo assumisse uma definição clara, já tinha posto o Benfica na frente, depois de uma jogada rápida do ataque do Benfica que envolveu Lima, Ruben Amorim e Cardozo. Que festejou com um gesto forte: foi buscar à linha a camisola 18, a de Salvio, que enfrenta uma paragem prlongada por lesão. Foi também ele quem «ganhou» o livre que deu origem ao segundo golo do Benfica. Numa jogada estudada, combinou com Cardozo e baralhou as contas da defesa do Paços. Ainda foi ele quem bateu o canto para o terceiro golo do Benfica. Incansável 90 minutos, mesmo quando se posicionou mais ao centro, no apoio a Lima, depois da saída de Cardozo. Um grande jogo do argentino.

Outros destaques

Garay

Quem diria? Com Cardozo de volta ao onze, com a coqueluche Markovic a titular, entre tantos regressos e estreias, um dos protagonistas da tarde na Luz não joga lá na frente nem mudou de lugar. O central argentino que foi durante meses dado como certo no Manchester United mas acabou por ficar na Luz valeu ouro ao Benfica. Dois golos dois, o primeiro a aparecer no momento certo para encostar e concluir da melhor forma aquele livre com trabalho de casa, o segundo de cabeça, depois de um canto. Garay tinha três golos na Liga nas duas épocas anteriores na Luz, agora quase duplicou as contas num só jogo.

Siqueira

A estreia absoluta na Luz, logo a titular, do lateral-esquerdo que Jesus queria há muito e não hesitou em preferir a Cortez na lista da Liga dos Campeões começou com alguns nervos. Numa ala esquerda totalmente nova, a juventude algo irrequieta de Markovic, à sua frente, não ajudou a tranquilizá-lo. Foi por aquele flanco que o Benfica sentiu mais dificuldades, o Paços percebeu e tentou explorar esse período de experiência dos reforços encarnados. Com o passar do tempo foi ganhando confiança. Mas não chegou ao fim. Saiu com queixas a meia hora dos 90. Mais uma vítima de uma incrível onda de lesões na Luz. A ver o que será, mas Jesus pode ter mais um problema para resolver, que há Liga dos Campeões já na terça-feira.

Fejsa

Outra estreia na Luz, esta forçada pela lesão de Ruben Amorim. O terceiro sérvio no onze encarnado (batido ainda assim pelo contingente de quatro brasileiros) entrou à meia hora e entrou bem. O médio que chegou do Olympiakos reeditou a dupla que tinha feito com Matic na seleção, na semana passada. A presença do compatriota ajudou à integração de Fejsa, tranquila e sem percalços. Foi rapidamente adoptado pelo público da Luz, que aplaudia cada passe e cada alívio de bola que fazia.

Rúben Ribeiro

O médio que o Paços foi buscar ao Beira Mar, depois de uma época a mostrar qualidade em Aveiro, foi aposta de Costinha na Luz e fica para os registos como o autor do primeiro golo do Paços na Liga, ao fim de 320 minutos. Teve o mérito de acreditar, depois do passe de Sérgio Oliveira, e insistir, perante a passividade da defesa do Benfica, depois a frieza para decidir o momento do remate para bater Artur. Numa equipa ainda indistinta e com muito caminho para andar, um sinal positivo.

Seri e Bebé

Duas estreias também no P. Ferreira, a do médio que chegou do FC Porto B e a do avançado, de volta ao futebol português, de novo cedido pelo Manchester United. Alguns sinais positivos de ambos, mas ainda não chega. Seri mostrou iniciativa e poder de choque, mas alguma ansiedade em mostrar serviço. Bebé combinou bem com Manuel José e Ruben Ribeiro quando o Paços teve a bola e teve uma boa iniciativa individual a fechar a primeira parte, mas perdeu o ângulo para fazer o melhor remate.