O presidente do Benfica, Rui Costa, abordou esta sexta-feira o mercado de janeiro e, sobre as saídas, reconheceu que o lateral-esquerdo David Jurásek não teve «o impacto imediato que se esperava», após a contratação no último verão, por 14 milhões de euros.

«Não me custa admitir que não teve o impacto que se esperava. Era uma posição de alto risco porque perdemos Grimaldo, que tinha anos de casa e que fez um ano extraordinário. Não era nada fácil. Achámos que estava pronto para esta posição. Não há nenhum jogador que chegue ao Benfica que não tenha a concordância do presidente e do treinador. Não teve o impacto imediato que se esperava. Sendo um ativo tão custoso como foi, entendemos que seria melhor, emprestado ainda com a esperança que se reencontre. Seria prejudicial para todas as partes desvalorizar este ativo», afirmou Rui Costa, em entrevista dada à BTV, dizendo que o Benfica concorreu com muitos clubes para ter o checo.

«Para termos Jurásek, combatemos com muitos clubes que estavam interessados nele. E agora, esses mesmos clubes, mostraram grande interessem em contratá-lo», disse o dirigente.

Sobre a saída antecipada de Chiquinho, que terminava contrato no fim da época, Rui Costa reconheceu que «foi melhor do que sair livre». «O Chiquinho teve uma grande importância após a saída do Enzo na conquista do campeonato. Ele acabava contrato e com Kökçü e João Neves, não estava a ter os minutos desejados. Estava, como disse, a cinco meses de terminar contrato. Teve esta solução para ele e para nós não foi muito vantajosa do ponto de vista financeiro, mas foi melhor que sair livre. Consideramos que poderia ser uma saída airosa para ele», disse.

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Relativamente a Gonçalo Guedes, que estava cedido aos encarnados pelo Wolverhampton, Rui Costa afirmou que «foi uma vontade muito grande do jogador» rumar a Espanha, agora para o Villarreal.

«O Guedes não era nosso jogador. Fez um ano que chegou por empréstimo. Foi fustigado por lesões que o condicionaram. Era um jogador que tinha poucos minutos, ainda para mais sendo jogador dos Wolves, teve a oportunidade de voltar a Espanha com um treinador que tinha tido no Valência. Foi uma vontade muito grande do jogador. O Rollheiser preenche essa vaga. Ele não merecia que quebrássemos a continuidade do seu percurso. Não posso esquecer o comportamento dele. Sempre mostrou grande empenho. Se dúvidas existissem, o que se passou em Alvalade, onde se lesionou gravemente no joelho… a bem da verdade, ainda ninguém percebe como aguentou os últimos 15 minutos em Alvalade e foi influente para o resultado. Não fazia ssentido não aceitar a mudança dele para Espanha», justificou.

Saída diferente foi a de Petar Musa, vendido ao Dallas FC, mas com Rui Costa a justificar que «fazia pouco sentido» o Benfica ter quatro avançados. «O Petar é uma questão diferente dos outros. Teve mais minutos do que os outros. Ainda assim, com a recuperação de Arthur Cabral, com a vinda de Marcos Leonardo e com a aposta em Tengstedt, fazia pouco sentido termos quatro avançados num modelo onde jogamos só com um avançado. Isso significa que um deles iria ter menos minutos. Aparecendo uma proposta como apareceu para as duas partes, considerámos oportuno fazer essa mudança, sabendo que o Musa nos deu muito quer no ano passado, quer este ano. Jogador influente até a sair do banco, mas fazia pouco sentido termos quatro avançados para jogar só um. Aparecendo a proposta que apareceu e dentro da política financeiro do clube, onde é preciso criar balanço, uma proposta que pode chegar aos 12 milhões de euros era vantajosa. (...) Sem essa proposta talvez a nossa decisão teria sido diferente. Quisemos aceitar esta proposta», apontou.

Quanto à saída de Lucas Veríssimo, Rui Costa diz que «foi uma pena» a forma como o central passou pelo clube, lembrando a lesão grave com o Sp. Braga.

«Foi uma pena. Quer pelo jogador, quer pelo homem. Extraordinário. Infelizmente, quando ele estava assumido como titular do Benfica e do Brasil, teve aquele azar com o Sp. Braga e uma lesão que o fez perder um ano. Apareceram o António e o Morato. E o Lucas perdeu o espaço que tinha até então. Teve um comportamento exemplar no ano passado, mesmo não jogando. Foi um dos grandes pilares do balneário mesmo não sendo utilizado. Foi emprestado para o Brasil, uma vez que havia pouco espaço no onze inicial para um jogador desta dimensão. Em janeiro, havia a solução Corinthians ou aquela que aconteceu, a ida dele para o Qatar por uma verba boa [Al-Duhail]. Não podendo continuar com ele, entendemos que era melhor para todos», explicou o presidente das águias, que também justificou a rescisão com Gabriel.

«O Gabriel não estava no plantel, nem no ano passado, não iria fazer, vinha de dois empréstimos. A ano e meio de terminar contrato procurámos soluções para rentabilizar ativos, acabámos por rescindir e libertá-lo e não tendo, assim, mais encargos», disse.

SAÍDAS DO PLANTEL:
João Victor (Vasco da Gama) – 6 milhões de euros + 2ME bónus (definitivo)
David Jurásek (Hoffenheim) – 250 mil euros (empréstimo)
Chiquinho (Olympiakos) – 500 mil euros (definitivo)
Gonçalo Guedes (Villarreal) – fim de empréstimo
Petar Musa (Dallas FC) – 9 milhões de euros – 3ME bónus (definitivo)
Lucas Veríssimo (Al-Duhail) – 8 milhões de euros + 1ME (bónus)
Gabriel (Fluminense) – rescisão amigável