O Sindicato dos Jornalistas emitiu esta segunda-feira um comunicado a repudiar as declarações de Roger Schmidt, no final do dérbi frente ao Sporting, através das quais o treinador do Benfica perguntou a um jornalista se era «do Sporting ou do FC Porto».

Numa nota com o título «A Liberdade de informar não tem clube», o Sindicato acusa Roger Schmidt de colocar em causa «a independência e credibilidade» do repórter em causa. «As declarações do técnico não podem ser toleradas num país em que tem que ser respeitada e garantida a liberdade de fazer perguntas», pode ler-se.

«A atitude de Roger Schmidt é inaceitável num país em que a Liberdade de Imprensa é uma garantia fundamental e vinda de um protagonista que tem dimensão pública e social e que deve saber ter comportamentos responsáveis e ajustados a essa mesma dimensão.»

Lembrando que «os jornalistas questionam, e vão continuar a questionar» porque «é esse o seu papel, e está garantido na Constituição, no Artigo 38.º», o Sindicato lembra-se que ter a liberdade de fazer todas as perguntas se «chama Liberdade de Imprensa».  

«O Sindicato aproveita para reiterar o apelo às Direções dos órgãos de informação, e respetivos profissionais, para que reajam ativamente a este tipo de atitudes, que atentam contra os jornalistas coletivamente, e tomem posição pública contra as mesmas. Ao jornalista em causa em concreto, o SJ coloca-se à disposição para tomar as ações que considerar convenientes», termina o comunicado.

Comunicado na íntegra:

«O Sindicato dos Jornalistas (SJ) repudia as declarações do treinador Roger Schmidt, após o jogo entre o Benfica e o Sporting, no estádio da Luz, quando questionou, por duas vezes, a preferência clubística de um jornalista presente na sala de imprensa, colocando em causa a sua independência e credibilidade. As declarações do técnico não podem ser toleradas num país em que tem que ser respeitada e garantida a liberdade de fazer perguntas.

A atitude de Roger Schmidt é inaceitável num país em que a Liberdade de Imprensa é uma garantia fundamental e vinda de um protagonista que tem dimensão pública e social e que deve saber ter comportamentos responsáveis e ajustados a essa mesma dimensão.

O Sindicato dos Jornalistas lamenta que, mais uma vez, os jornalistas sejam o bode expiatório para fugir a questões legítimas e que podem e devem ser feitas. Questionar é a essência do exercício do Jornalismo e atitudes como esta colocam em causa a idoneidade de uma classe profissional. Os jornalistas questionam, e vão continuar a questionar. É esse o seu papel. E está garantido na Constituição, no Artigo 38.º e chama-se Liberdade de Imprensa.  

O SJ aproveita para reiterar o apelo às Direções dos órgãos de informação, e respetivos profissionais, para que reajam ativamente a este tipo de atitudes, que atentam contra os jornalistas coletivamente, e tomem posição pública contra as mesmas. Ao jornalista em causa em concreto, o SJ coloca-se à disposição para tomar as ações que considerar convenientes.»

O CNID – Associação dos Jornalistas de Desporto, por seu turno, considera que Roger Schmidt «deve pedir desculpas públicas».