Não foi tão fácil quanto o resultado transparece, mas não se pode dizer que não é incontestável: o Benfica venceu este domingo o Portimonense, por 4-0, e colocou pressão num Sporting que ainda esta noite a Vila do Conde.

Rafa e David Neres voaram mais alto do que toda a gente e embalar uma águia que voltou a ficar refém da roleta-russa que são as escolhas de Roger Schmidt nesta fase da época, sobretudo na primeira parte.

No Benfica, e após o empate de Toulouse que muita tinta fez correr no universo encarnado – apesar da passagem aos oitavos de final da Liga Europa –, Roger Schmidt voltou, como mencionado acima, a surpreender no onze.

Rafa como avançado na roleta-russa de Schmidt

Desta feita, recuperou a versão sem avançado fixo, com Rafa solto na frente e desta feita Orkun Kökcü no apoio. Di María e Neres jogaram nas alas, João Mário fez companhia a João Neves no miolo do terreno.

Mas também na defesa houve novidades: depois das exibições pouco felizes de Morato e Carreras em França, foi Aursnes que voltou à posição de lateral-esquerdo.

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Numa fase – que já dura há largos meses – em que o Benfica não consegue estabilizar um coletivo, também Roger Schmidt parece um pouco perdido nas suas ideias, e com várias dúvidas na cabeça, que acabam por passar para a própria equipa.

A águia foi superior aos algarvios na primeira parte, sem dúvida alguma, mas ainda assim com uma exibição que andou longe de convencer. Os jogadores, pelo menos alguns, pareceram algo perdidos em campo.

E o Portimonense, apesar de algumas defesas de bom nível de Nakamura, tirou partido das dúvidas de Schmidt: a defender num bloco baixo, os comandados de Paulo Sérgio protegeram-se da velocidade de jogadores como Rafa e Neres e praticamente não foi incomodado em lances aéreos, por exemplo.

Trivela de Rafa embalou a águia

Só que mesmo desinspirada, esta águia é persistente e no início da segunda parte, com a mesma fórmula, conseguiu chegar ao 1-0. Foi aos 55 minutos, numa jogada de insistência em que Bah serviu Rafa para o golo inaugural.

E o jogo mudou de cara... muito rapidamente.

O Portimonense, a ter de jogar para outro resultado, subiu as linhas e a águia feriu o adversário de morte em praticamente dois minutos. Primeiro Neres, num grande golo e após uma assistência de Kökcü, e depois Di María, após mais um grande passe, desta vez de Rafa, fizeram o 3-0.

Isto, atenção, aos 57 e 59 minutos, respetivamente.

Quatro minutos de luxo que permitiram à equipa da Luz resolver uma partida que ameaçava complicar-se com o passar dos minutos.

A partir daí, e apesar de o Portimonense ter conseguido algumas aproximações à baliza de Trubin, foi uma partida tranquila para as hostes encarnadas.

Em campo aberto, jogadores como Rafa, Di María e depois Tiago Gouveia foram ameaçando o 4-0 – que chegou precisamente pelo bis de Rafa –, e defensivamente Trubin foi quase um espectador a partir dos 75 minutos.

O Benfica deu uma parte de avanço ao Portimonense, em mais um jogo em que as opções de Schmidt não convenceram, mas conseguiu uma goleada depois de Rafa ter quebrado a linha defensiva algarvia.

Segue-se agora a Taça de Portugal, na quinta-feira, e esse dérbi de Lisboa em Alvalade, frente ao Sporting.