A FIGURA: António Silva

António Silva foi o capitão do Benfica esta noite, mesmo sem ter a braçadeira no braço esquerdo. As águias não fizeram um jogo brilhante, longe disso, mas quando não dá para vestir o fato de gala, manda a regra, veste-se o fato macaco. E foi isso que o internacional português fez. Destacou-se numa defesa que teve muitas dificuldades – Otamendi e Morato somaram demasiados erros, Aursnes fez um jogo discreto –, sempre muito assertivo e combativo. A juntar a isso, ainda teve tempo de subir ao ataque para fazer o golo que desbloqueou o resultado para os encarnados. Decisivo.

O MOMENTO: António Silva, à lei da «bomba» (minuto 61)

Dois minutos depois de Aderllan ser expulso, António Silva aproveitou uma confusão na área e rematou forte para a baliza de Jhonatan. À lei da «bomba» também dá.

OUTROS DESTAQUES

Rafa

O prémio de figura do jogo podia muito bem ter sido para o internacional português: afinal, não é todo os dias que se faz um bis de assistências. Com a equipa desinspirada, nem sempre Rafa tomou também a melhor decisão, algo que não lhe é estranho. No entanto, a condução e a decisão para o empate de Di María é sublime, no golo que permitiu ao Benfica reentrar na partida. Na segunda parte, o espaço surgiu e aí Rafa é letal. Decisivo no golo de Marcos Leonardo, fechou o jogo com uma assistência soberba, de trivela, para João Mário.

Trubin

Não se vai falar tanto da exibição de Trubin esta noite, mas o guarda-redes ucraniano voltou a ser decisivo. Passou por dois sustos no início da segunda parte, com duas bolas no poste quase de seguida, mas antes, no primeiro tempo, foi ele que manteve o Benfica no jogo depois do 1-0 de Guga, com duas defesas de alto nível perante Fábio Ronaldo e Boateng. É isto que se pede a um guarda-redes de equipa grande, e Trubin é-o.

Marcos Leonardo

Noite de sonho para o avançado brasileiro. Mesmo com poucos dias de Benfica e vindo de umas férias de quatro semanas, mereceu a confiança de Schmidt para ser o substituto de Arthur Cabral na partida e aproveitou da melhor maneira. Ouviu um dos aplausos da noite quando entrou em campo, e respondeu pouco depois com o 3-1 de cabeça, após um cruzamento de Aursnes. Ainda esteve perto de bisar, mas o remate saiu ligeiramente ao lado.

Guga

Cumpriu a lei do ex com o golo que gelou a Luz logo aos nove minutos, mas a exibição de Guga não se resume apenas a isso. Comandou um meio-campo do Rio Ave que foi claramente superior ao do Benfica em muitos momentos do jogo. Tecnicamente acima da média, destacou-se sobretudo através do passe, quer curto, quer longo, e dinamizou sempre o momento com bola dos vilacondenses. Tem sido novamente associado à saída, e a consumar-se, poderá ser uma grande dor de cabeça para Luís Freire.

Costinha

A par de Guga, é talvez o jogador do Rio Ave com maior valor de mercado nesta altura, e percebe-se porquê. Perante um João Mário muitas vezes desligado no momento defensivo e um Morato que continua a não sentir-se confortável a lateral-esquerdo, Costinha foi sempre uma dor de cabeça para a defesa do Benfica, com muita largura no lado direito. Os seus cruzamentos foram sempre venenosos e só não deram em golos por manifesta ineficácia dos colegas do ataque.

Fábio Ronaldo

O que se escreveu para Costinha aplica-se a Fábio Ronaldo, principalmente na primeira parte. Di María pouco defende e o ala vilacondense aproveitou para criar muitas dificuldades a Aursnes, com a ajuda de Miguel Nóbrega. É dele o belo passe para o golo de Guga e esteve ainda perto de fazer o 2-0, num remate que obrigou Trubin a defesa apertada.