Kanu, quem o segura?
Dois golos tornam Kanu o homem do jogo. Mas mais do que isso, o brasileiro do Marítimo justificou os dois golos que marcou. Esteve sempre em jogo, esforçou-se por fazer as coisas bem, apareceu com propósito nas zonas de finalização e quando lançado em velocidade não deixou que houvesse quem o segurasse. A longa correria do segundo golo foi disso o melhor exemplo.
Bruno, um capitão a toda a largura
O médio que nas duas últimas temporada representou o Nacional regressou a casa. Ele que é um produto da formação do Marítimo. Recuperou a braçadeira de capitão, a voz de comando do equipa e a influência no futebol insular. Colocado à frente da defesa, recuperou bolas e ordenou o jogo ofensivo da equipa, assumindo a bola para a distribuir sempre com sabedoria.
Ricardo Esteves, pela direita é que lá vamos
A ala direita do Marítimo lançou o pânico sobre a defesa do Boavista, sobretudo devido à acção do rapidíssimo Kanu, mas em boa parte também por causa do apoio de Ricardo Esteves, um lateral com forte pendor ofensivo. Foi dele, aliás, toda a jogada do primeiro golo, até ao centro que Ricardo Silva aliviou para a cabeça de Kanu. Com o tempo perdeu influência no jogo da equipa.
Bosancic, por que saiu?
Não se compreendeu a substituição de Jaime Pacheco. A vontade de reforçar a frente de ataque, procurando empurrar a equipa para a frente à força, até era legítima, mas surpreendeu que para colocar Bangourá ao lado de Fary tivesse tirado Bosancic. O jovem sérvio, apesar de ter apenas 19 anos, estava a ser o melhor do meio-campo, o mais esclarecido na organização de jogadas de ataque. Para além disso tinha sido ele o único a rematar com perigo durante toda a primeira parte.
Laionel, agora sim, agora não
Tem capacidade para ser um dos grandes destaques do Boavista, ele que gosta de cair em cima dos adversários e que tem qualidade técnica. Mostrou-o esta tarde, aliás. Sempre encostado à linha, deu profundidade atacante à equipa e esteve até muito perto de marcar num remate que saiu a beijar o poste. Isto foi o melhor. Depois veio o pior: os longos períodos que passa afastado do jogo.