O Boavista pretende «respeitar a sua identidade» esta sexta-feira, na visita ao Estádio da Luz, para defrontar o Benfica (20h15), em jogo da 18.ª jornada da Liga. O treinador Ricardo Paiva aponta para a repetição do triunfo que os axadrezados conseguiram na primeira volta diante dos campeões nacionais.

«Esperamos um jogo extremamente competitivo e difícil contra um oponente que vem de uma senda de sete vitórias consecutivas, está extremamente motivado e é um fortíssimo candidato ao título, com valias individuais capazes de desequilibrar a qualquer momento. Estamos perfeitamente identificados com essas variantes, mas focados em corresponder à altura e levar avante os nossos intentos», destacou o técnico, em conferência de imprensa.

Na Luz, onde já não vencem desde 1998/99, nem pontuam há sete épocas, as panteras procuram repetir o triunfo alcançado, com reviravolta, na receção às águias (3-2), logo na abertura do campeonato, inspirando-se igualmente no recente empate caseiro no dérbi com o FC Porto (1-1), outro dos candidatos ao título.

«É inevitável que os jogadores tenham o seu pensamento remetido para os momentos de sucesso. O facto de termos pontuado com o FC Porto e vencido o Benfica vale de pouco nesta fase, a não ser uma pitada adicional de motivação, no sentido de eles perceberem que são capazes de dar uma resposta positiva, independentemente do oponente. Temos trabalhado diariamente com os pés bem assentes na terra, sabendo que temos bastante para crescer e trabalhar, mas sem nos agarrarmos às coisas que estão para trás», frisou.

O Boavista inicia a segunda volta galvanizado pela goleada em Vizela (4-1), que colocou um ponto final numa sequência de onze jogos e quase quatro meses sem vitórias na Liga, com Ricardo Paiva a admitir a relevância de trabalhar sobre vitórias e com conforto pontual na classificação.

«O trabalho coletivo é a chave para termos competência nos vários momentos do jogo. A organização e transição defensivas não fogem a essa regra. A equipa necessita de estar perfeitamente unida, coesa e, de algum modo, basear-se nessa sustentabilidade coletiva para impedir que as individualidades do Benfica possam emergir nesta partida», advertiu.

Indiferente ao momento para encarar os campeões nacionais, o treinador foi questionado sobre as dificuldades colocadas pelo Rio Ave, 16.º e antepenúltimo colocado, na visita da semana passada à Luz, onde os vila-condenses saíram derrotados por 4-1, sofrendo três golos na última meia-hora, na sequência da expulsão do defesa central Aderllan Santos.

«Às vezes, as coisas são curiosas. Criar dificuldades ao adversário não significa, de todo, que o consigamos levar de vencido. Foi um bocadinho aquilo que aconteceu na semana passada. O Rio Ave criou alguns problemas ao Benfica, mas, no final de contas, isso não lhes valeu de nada. Obviamente, houve uma análise detalhada de todas as partidas [do Benfica] que temos ao dispor, mas basearmo-nos só nessa parece-me redutor», avaliou.

Ibrahima Camará vai cumprir o último de dois jogos de suspensão, após ter sido expulso diante do FC Porto, enquanto Chidozie e Bruno Onyemaechi representam a seleção da Nigéria, guiada pelo português José Peseiro, na Taça das Nações Africanas (CAN2023).

«Temos vindo a ter alguns percalços de jogo para jogo. Alguns jogadores têm saído com mazelas, mas vamos ver amanhã [sexta-feira] se os jogadores que treinaram com algum condicionamento [durante a semana] estão disponíveis ou não», concluiu Ricardo Paiva, desfalcado de Luís Pires, César, Pedro Malheiro, Júlio Dabó e Salvador Agra, todos lesionados.