Bruno Baião contínua em estado de coma com «prognóstico extremamente reservado pois a situação é bem delicada» apesar de Pedro Canas Mendes, director geral do Hospital Curry Cabral, ter dito esta tarde que «neste momento a situação está controlada do ponto de vista hemodinâmico». «O Bruno permanece estacionário. Está internado nos Cuidados Intensivos e submetido à terapia intensiva. Foram feitas diversas avaliações, os exames vão continuar a ser feitos e o período crucial, para se poder ter uma ideia quanto à evolução do acidente cardiovascular que ele sofreu, é as 72 horas que se completam na próxima sexta-feira por volta da uma da tarde», justificou Canas Mendes.
No boletim clínico divulgado, esta quarta-feira à tarde, ficou-se ainda a saber que continuam por esclarecer as causas que estiveram na origem das duas paragens cardio-respiratórias: «Ele fez ontem um cataterismo cardíaco que permitiu excluir a hipótese de enfarte agudo do miocárdio. O exame revelou toda a circulação cardíaca como normal e à partida exclui-se essa hipótese como uma das causas desencadeantes. Como em tudo na medicina, isto não é um mais dois igual a três. Ele vai ter de continuar em observação, vão ter que ser feitos exames mais diferenciados. Uma coisa é certa, estamos todos empenhados em que isto possa ter um bom desenvolvimento mas como compreenderão é uma situação de prognóstico extraordinariamente reservado.»
Causas ainda por determinar
Pedro Canas Mendes reforçou ainda que é natural em situações como a de Bruno Baião desconhecer a origem do problema: «A evolução de uma situação de falta de oxigénio instalada no organismo, em consequência da paragem cardiovascular, é de extensão imprevisível e difícil de avaliar quando o doente está medicado, ligado a um ventilado e em situação de dificuldade multi-orgânica. O que temos de fazer é perceber isto e de uma forma empenhada continuarmos a investir na situação, avaliarmos e reavaliarmos a cada hora. A cada dia que passa a situação poderá ficar mais clara. Muitas das situações em medicina não têm uma concretização de diagnóstico perfeita e clara. Neste momento a situação está controlada do ponto de vista hemodinâmico mas como disse é preciso fazer avaliação diária e ter a esperança que as coisas possam vir a correr bem, sempre dizendo que o prognóstico é extraordinariamente reservado e é uma situação bem delicada a que ele tem.»
O director geral do Hospital Curry Cabral recusou-se a fazer uma ligação entre o passado clínico de Bruno Baião e as duas paragens cardio-respiratórias que o colocaram em estado de coma: «O hospital já recebeu toda a documentação que era relevante por via dos familiares, como dos colegas e amigos que assistiram à situação, e que ajudaram à reanimação, quer por via do INEM, quer pelo próprio médico assistente do Benfica João Paulo Almeida. Tudo o que é relevante para o melhor tratamento deste jovem está obtido neste momento e agora resta-nos deixar a medicina prosseguir o seu trabalho.»
Canas Mendes não quis também avaliar o passado clínico do júnior do Benfica nem tão pouco considerar se o mesmo tinha, ou não, todas as garantias para voltar à competição: «Peço imensa desculpa mas não sou a pessoa indicada para responder. Essa questão deve ser colocada eventualmente o próprio atleta, se fosse possível fazê-lo, aos familiares, ao clube, aos médicos do clube e não ao Hospital Curry Cabral que não deve, nem tem, que se pronunciar sobre esse tipo de situações.»