A Assembleia Municipal de Leiria autorizou a Câmara a vender o estádio Magalhães Pessoa, por 63 milhões de euros. O PSD já anunciou que pretende impugnar judicialmente a decisão, tomada por maioria.

De acordo com a deliberação, a autarquia pode alienar três fracções do recinto, um dos palcos do Euro 2004: o campo de futebol e bancadas, mais parte do topo norte (a área inacabada do estádio) e o estacionamento, de 450 lugares. Estes dois últimos espaços estão avaliados em 24 milhões de euros, segundo a Lusa. Fica reservada para a Câmara a quarta fracção, um espaço de cerca de dois mil metros quadrados no topo norte destinado a reinstalar o centro associativo.

A decisão motivou críticas do PSD, CDS-PP, CDU e BE, que questionam as vantagens financeiras para a autarquia mas também a legalidade da deliberação, uma vez que o estádio é propriedade da Leirisport, uma empresa municipal.

«Penso que há aqui vários aspectos que ultrapassam a legalidade. Teremos naturalmente que estudar o assunto, ver quais são as consequências das decisões tomadas e, depois, partir daí para fazermos valer aquilo que consideramos serem os direitos dos cidadãos de Leiria», afirmou Manuel Antunes, líder da bancada do PSD na Assembleia Municipal, ao anunciar a intenção de impugnar a deliberação.

O presidente da Câmara, Raul Castro, defendeu que «o estádio é o causador da situação financeira da Câmara». Quanto à alegada ilegalidade da decisão, diz que «a propriedade do terreno onde está o estádio é da Câmara» e recorda que preside à assembleia-geral da Leirisport.

O estádio tem sido utilizado pela U. Leiria, que está agora impedida de lá trabalhar por causa de uma dívida à Leirisport.