O Benfica pretende retomar a curto prazo o projecto de um canal de televisão próprio depois de ultrapassada a OPA sobre a PT, que atrasou as negociações, e depois de finalizado o processo de subscrição do empréstimo obrigacionista lançado esta segunda-feira, mas sem pressas, até porque, no que diz respeito à transmissão de jogos, o clube está comprometido até 2013.
Luís Filipe Vieira garantiu que o projecto está de pé e que 2013 «é já amanhã», mas até lá, assegurou, os compromissos com a Olivedesportos são para se cumprir. «O Benfica tem um contrato para cumprir e vai fazê-lo. 2013, para nós, é amanhã. Estamos a apostar nesse sector, mas o Benfica não vai renunciar aos acordos que tem estabelecidos e não vai, com certeza, rasgar contratos», contou o presidente dos encarnados no decorrer da apresentação do prospecto do lançamento do empréstimo obrigacionista.
Um projecto que poderá vir a ganhar forma no estrangeiro, mais concretamente junto das comunidades africanas e norte-americanas, antes de se impor em Portugal. O clube tem na sua posse sondagens que dão indicadores de um bom mercado no exterior e Domingos Soares de Oliveira, um dos administradores da SAD, avançou com o exemplo do recente sucesso da SIC Notícias em Angola. «Poderá ser um dos nossos parceiros neste projecto. Em Angola a SIC Notícias funciona em regime de canal pago e, no espaço de um ano, passou de 60 mil subscritores para 120 mil», contou.
A SAD encarnada tem ainda em fase de estudo o lançamento de outros negócios que poderão gerar novas receitas como são exemplos da Benfica Auto, Benfica Saúde, Benfica Telecom e Benfica Finança ¿ além do posicionamento de novos mercados, com particular destaque para as apostas na Ásia e África.
Em fase de projecto já estruturado está também o lançamento da Fundação Benfica, o lançamento de um Cartão Crédito, a construção da sede do clube, a construção de um Museu e o aumento da área de estacionamento junto ao estádio.
A longo prazo, o clube também pretende voltar a apostar no naming, já depois de ter colhido rendimentos com a cedência dos nomes dos pavilhões e do centro de estágios do Seixal. Sobra ainda o Estádio da Luz, mas nesse capítulo a SAD só aceita sentar-se à mesa perante uma proposta «irrecusável», até porque interessados não faltam. «Já houve o interesse de três ou quatro entidades, mas as propostas não nos agradaram. De uma forma regular aparecem interessados, mas pelos valores envolvidos não nos interessa. Pensamos que terá de ser uma proposta muito interessante», contou ainda Domingos Franco de Oliveira.