As coisas precipitaram-se na vida de Carlos de uma forma que o deixaram sem saber muito bem que terrenos pisava, mas o antigo guarda-redes do Boavista agradece a Deus por isso. «Tem sido uma coisa incrível», garante. «Só me custou a adaptar ao frio, mas de resto tem sido perfeito». Desde que trocou a formação do Bessa pelo Steaua Bucareste, um clube que compara em dimensão ao Benfica, Carlos diz que mudou tudo na sua vida. «Agora sim, sinto-me verdadeiramente um jogador de futebol», garante.
Na Roménia, revela, tornou-se uma estrela. Sem saber muito bem porquê. «Acho que de repente fiquei famoso por jogar muito, e muito bem, com os pés». Também em Portugal o guarda-redes gostava de arriscar uma finta sobre o último avançado. Mas ninguém dava muita importância à ousadia. «Aqui as pessoas ficaram loucas com isso. Dizem que quando eu finto lhes dou cabo do coração, mas adoram ver-me fazê-lo. Ainda ontem em Sevilha fiz uma dessas quando estava 1-0. Fintei o Robert e saí a jogar», sorri.
«Até no meio do trânsito sou obrigado a tirar fotos com as pessoas»
Certo é que Carlos se viu metido numa roda-viva que nunca imaginou poder viver. «Para onde vou, por onde passo, toda a gente me cumprimenta, toda a gente me quer dar uma palavra de apoio, até no meio do trânsito me obrigam a tirar fotos com eles. Por vezes vou a conduzir e tenho de sorrir para eles tirarem uma fotografia. É muito engraçado». Mas há mais. «O que acho mais graça é aos paparazzi. Pareço o Beckham ou o Ronaldo. É constantemente de manhã à noite». Uma coisa que nunca imaginou poder acontecer-lhe. «Perseguem-me por todo o lado, é uma coisa incrível. Às vezes nem sei onde eles estão ou de onde aparecem. Depois quando folheio as revistas é que vejo as fotos, por vezes de locais onde eu já nem me lembrava que tinha estado lá. É uma coisa completamente fora do normal».