Nunca é agradável ver um português falhar no estrangeiro, mas deste vez é disso que se trata, um falhanço.
Carlos Queirós chega ao final da época com a escassa alegria de ter vencido a Supertaça de Espanha e já ninguém se lembra que levou o Real Madrid a vencer em Barcelona e esteve com a equipa numa final da Copa do Rei.
De facto, numa equipa como o Real Madrid tudo isso é pouco mais do que zero.
Queirós poderá sempre dizer que a equipa precisava de outra defesa e que os compromissos sociais das estrelas o impediram de treinar com a seriedade necessária. Poderá também alegar que a pré-temporada na Ásia foi contra todas as regras. Provavelmente terá razão.
Mas, visto agora, sobra uma pergunta: Queirós foi ingénuo ou demasiado ambicioso quando aceitou treinar o Real? Se foi ingénuo, crente de que o seu trabalho e a qualidade dos jogadores seriam mais fortes que tudo o resto, enganou-se. Se se deixou guiar pela ambição de treinar a melhor equipa do mundo apenas porque sim, sem cuidar das condições essenciais, deixou-se levar pela gula.
Daqui por quinze dias Queirós estará sentado com Florentino Pérez a fazer as contas. Depois disso deverá tirar uns dias para pensar no que decorreu mal nesta aventura em Madrid.