Em Coimbra, Carreño teve uma manhã diferente no balneário. Horas após o Portugal-Espanha, o jovem avançado do país vizinho foi alvo das brincadeiras dos portugueses da Académica. Com desportivismo, claro está. Bocas amigáveis, por assim dizer. Afinal, foi um amigável. Ou não foi?

Numa equipa com tantos jogadores lusos, o difícil era não ouvir alguma referência ao tema. «Falámos do assunto, claro. Ouvi algumas piadas, o normal. Afinal, deram-nos quatro a zero. Foi uma partida para desfrutar, deram-nos um recital. Penso que isto terá de servir para os jogadores perceberem que têm de estar sempre ao melhor nível», aponta o ex-Sevilha B.

Quem tirou o dia para gozar com o avançado espanhol foi o seu empresário, que não se poupou nas provocações: «O meu amigo Pedro Faustino [Sportis] ligou-me a cantar Portugal olé, Portugal olé. Disse-me que Portugal não percebeu que era um jogo amigável... mas o resultado fica sempre na história. De facto, não estivemos bem enquanto o adversário veio cheio de vontade para cima de nós. Afinal, somos o campeão do Mundo e ganhar-nos é o que todos querem.»

Razões para tamanho vexame? Sem querer meter a foice em seara alheia, Carreño tem algumas explicações: «Se calhar, alguns jogadores estarão mais preocupados com os seus clubes. Já fomos goleados pela Argentina e agora por Portugal. Há que aprender a lição e repicar caminho porque temos de nos qualificar para o Europeu e se continuarmos a jogar assim, qualquer adversário nos ganha.»

Sobre as hipóteses da selecção das quinas marcar presença na prova organizada pela Polónia e Ucrânia, o jogador da Académica não tem dúvidas: «Penso que estarão lá, sem problema. Têm uma equipa muito perigosa, principalmente no ataque, onde Nani e, claro, Cristiano Ronaldo, desequilibram qualquer adversário.»