Os elementos do Sporting envolvidos nos desacatos do túnel do Bessa foram esta sexta-feira ouvidos pela Comissão Disciplinar no âmbito do processo de averiguações instaurado pela Liga. Paulo Gonçalves, como representante do departamento jurídico do Boavista, apresentou-se também no gabinete da instrutora Isabel Ferreira para presenciar os depoimentos, mas acabou por se retirar sem o fazer, por vontade própria, depois da advogada do Sporting, Rita Correia Figueira, ter mostrado desagrado pela presença do director-geral da SAD axadrezada.
O capitão Pedro Barbosa foi o primeiro elemento do Sporting a prestar esclarecimentos. Entrou no gabinete da Comissão Disciplinar por volta das 17 horas e só saiu de lá cerca das 18.50. Seguiram-se Sá Pinto, acusado de ter agredido João Freitas, que se manteve em esclarecimentos até às 20.20 horas, durante cerca de hora e meia, portanto, e Rui Jorge, que falou até cerca das 21.30. Manolo Vidal foi o último a prestar declarações, tendo-o feito durante cerca de meia-hora apenas e já muito de noite.
A comitiva leonina entrou, de resto, pela garagem e também por lá saiu. O contacto com a imprensa foi praticamente nulo. Apenas Manolo Vidal, delegado do Sporting ao jogo do Bessa, se disponibilizou a falar com os jornalistas. «O processo está em fase de instrução e foi-nos recomendado que não prestássemos declarações acerca disto», começou por dizer, adiantando nada poder dizer em relação ao relatório da polícia que diz que Sá Pinto agrediu mesmo João Freitas. «O nosso interesse é que seja tudo esclarecido. E as coisas têm efectivamente de ser esclarecidas».
As expectativas do Sporting, disse, são as melhores. «Pela forma como decorreram os factos pensamos que as coisas vão ser bem resolvidas». Até porque haverá neste caso algum exagero. «Penso que isto tudo é uma tempestade num copo de água e o futebol precisa de calma». As relações, ou as bolas relações, entre os clubes, essas, vão manter-se. «Penso que as relações com o Boavista não vão ser afectadas. O Boavista é um clube amigo e nenhum de nós quer arranjar mais problemas em cima dos que existem».
Para já, Rui Jorge e Sá Pinto vão continuar a cumprir a suspensão de doze dias, até porque ainda não há qualquer decisão sobre o castigo. Essa, adiantou Manolo Vidal, só será conhecida no final da fase de instrução. O estado de espírito dos dois é que não é o melhor. «Os jogadores estão naturalmente abalados, como toda a gente que fica privada de exercer a sua actividade.