O lateral Celso falou esta quinta-feira da crise no Penafiel, agravada até ao limite pela humilhação de ontem na Lixa, e fê-lo na qualidade de capitão. Sem papas na língua disse que é urgente os jogadores fazerem mais e colocou-se ao lado dos adeptos afirmando que estes têm razão quando contestam a equipa. Foi por aqui aliás que se começou a conversa. Celso garante que não houve agressões de N¿Doye, Diallo e Boronad aos adeptos - «não vi nem ouvi fala de nada disso», jurou -, mas não deixou também de criticar os companheiros.
A palavra, então, ao capitão. «Fui dos últimos a chegar e o que vi foi realmente uma revolta dos sócios justificada pelo nosso mau desempenho no jogo», referiu. «A nós compete-nos ouvi-los, estar calados e compreender a insatisfação deles». Até porque lhes assiste a razão. «Compreendemos a tristeza deles e estamos conscientes dos nossos erros. Os sócios têm direito de exigir e contestar. Nós temos errado e eles estão a contestar com razão. Ainda não ganhámos um jogo, fomos eliminados da Taça, temos de compreender a posição deles».
«Já disse aos meus colegas que temos de correr mais e temos de dar mais»
Mas não têm apenas de compreender a posição dos adeptos, garante. Têm também de correr mais. «Não podemos baixar a cabeça, temos de levantar-nos e seguir o caminho», frisou. «Já na semana passada apelei aos meus colegas que temos de correr mais e temos de dar mais. Já não temos margem de erro, como também já não tínhamos antes. A nossa margem de erro já acabou há muito. Temos é de assumir os nossos erros, porque errar é humano, ter consciência do pouco que temos feito e corrigir o que correu mal». O estado de espírito, garante de resto, ainda permite levantar a cabeça. «Estamos naturalmente tristes, mas ao mesmo tempo com a esperança e a vontade de inverter a situação. Ninguém gosta de abrir os jornais e ver as críticas que temos recebido».