«Trabalhar até morrer, isto assim não pode ser» é a frase gritada a plenos pulmões por 80 mil pessoas que aderiram ao protesto geral convocado pela CGTP-IN.

Perto das 15 horas, concentrados no Rossio, os trabalhadores seguiram até São Bento para protestar contra o Governo de José Sócrates, que recebeu alguns «mimos» dos manifestantes. «Mentiroso, mentiroso», ouviu-se pelas ruas de Lisboa na marcha até à Assembleia da República.

Passavam pouco das 17h30 horas, a cauda da manifestação estava ainda no Largo do Rato, mas Carvalho da Silva já discursava frente ao que o secretário-geral da CGTP designa por «protesto geral». Para o sindicalista, esta manifestação é «sinónimo de que a luta não vai parar».

Questionado pelos jornalistas sobre as mais recentes declarações de José Sócrates ¿ que não irá mudar o rumo das políticas traçadas pelo Executivo ¿ Carvalho da Silva considera que «quanto mais tarde for a resposta [do Governo] aos portugueses mais se irão agravar os problemas actuais». O sindicalista diz ainda que o primeiro-ministro «deve olhar, para a manifestação, com honestidade», de forma «a fazer mudanças» no rumo traçado.

Os 60 mil manifestantes - segundo a PSP, a que a CGTP acrescenta mais 20 mil trabalhadores - querem obrigar o Governo a recuar nas reformas propostas como a da Segurança Social, do Sistema Nacional de Saúde, da idade da reforma e Função Pública.