O Arsenal não tem um único inglês na lista principal de 25 jogadores inscritos na UEFA para jogar a Liga dos Campeões. Os «Gunners», adversários do Sp. Braga no Grupo G, são um exemplo extremo no cenário da principal competição europeia de clubes, mas há mais. O Marselha, por outro lado, não conseguiu indicar à UEFA um único jogador formado no clube.

Os regulamentos dizem que pelo menos quatro jogadores da Lista A devem ser formados no clube (o que quer dizer terem estado ligados ao clube por três anos entre os 15 e os 21 anos). E por cada jogador a menos nessa categoria os clubes perdem uma vaga. Assim, os franceses só puderam inscrever 21 jogadores na Lista A.

O Arsenal conseguiu inscrever os 25 porque apresentou seis jogadores formados no clube, ainda que nenhum deles tenha nacionalidade inglesa. São Bendtner, Clichy, Djourou, Fabregas, Song e Mannone, de acordo com os dados oficiais da UEFA, a que o Maisfutebol teve acesso. Theo Walcott, um dos poucos ingleses do plantel, está inscrito na Lista B.

Entre os 32 clubes que participam na fase de grupos da Liga dos Campeões, também os romenos do Cluj não têm qualquer jogador formado em casa. Mas há vários casos em que o cenário não é muito diferente, a começar pelos portugueses.

O Benfica apenas apresentou como jogador formado o guarda-redes Moreira, pelo que tem uma Lista A reduzida a 22 jogadores. Além disso, o clube tem mais cinco portugueses no plantel, tendo optado por inscrever Roderick na Lista B, para jogadores jovens.

Quanto ao Sp. Braga, apresentou dois futebolistas formados no clube, Aníbal e Dani, que não são utilizados regularmente por Domingos, tendo deixado de fora várias opções, incluindo o avançado Meyong e o reforço Custódio, na lista final de 23. Além dos dois jovens dados como formados no clube, o Sp. Braga tem de resto apenas mais quatro portugueses no plantel europeu.

Onde estão os jogadores formados nos clubes portugueses?

Há mais grandes clubes europeus que não mostraram capacidade de aproveitar jogadores da formação. O Chelsea, por exemplo, só consegue apresentar o capitão John Terry como jogador formado. O Milan apresenta dois jogadores, enquanto alguns clubes cumprem a quota de quatro, mas com futebolistas que estão longe de ser opção regular dos treinadores. É o caso do campeão europeu Inter, onde os jogadores dados como formados no clube são Obi, Orlandoni, Biabiany e Santon.

Em Espanha, o Real Madrid de José Mourinho apresentou à UEFA cinco jogadores formados no clube: Casillas, Arbeloa, Granero, Adán e Mateos. E o Barcelona seis, com destaque para o facto de serem todos habituais opções: Xavi, Iniesta, Bojan, Messi, Puyol e Valdés. Além disso, o Barça tem mais sete espanhóis no plantel, contra quatro do Real.

Do lado das excepções, a menção honrosa vai para o Ajax, que tem na lista A nada menos que oito jogadores formados no clube. Nota ainda para o Manchester United, que apresenta sete jogadores que cumprem essas condições, numa lista que inclui Giggs, Scholes, Gary Neville, Wes Brown, Jonathan Evans, Darren Fletcher ou Darron Gibson, mais cinco ingleses.