Mourinho destruiu metade da maldição, falta a outra metade. Por outras palavras, o Real Madrid conseguiu pela primeira vez marcar em Lyon, e com isso arrancou um empate que abre boas perspectivas. Falta agora eliminar o Lyon (algo que a equipa não fez nas últimas duas vezes que encontrou este adversário).

A vitória chegou a estar muito próxima: chegou a estar à distância seis minutos, aliás. O Real Madrid estava em vantagem, mas permitiu que Gomis empatasse o jogo aos 84 minutos. Gomis marcou, na sequência de uma falha de marcação numa bola parada, que lhe permitiu receber a bola de Cris e rematar à vontade.

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O golo foi um balde de água fria nas hostes merengues. A equipa já tinha sofrido, tinha reagido e tinha marcado na altura certa. Um golo que teve o dedo de felicidade de Mourinho: lançou Benzema em campo, o francês foi aplaudido pelos adeptos do Lyon e marcou da primeira vez que tocou na bola.

O treinador português voltou a acertar, portanto. Adebayor estava a ser pouco mais do que um corpo inofensivo em campo, Benzema recuperou a bola na primeira jogada que fez, deu para Ozil, que serviu Ronaldo, para uma assistência que lançou o avançado francês por entre adversários até ao remate triunfante.

Mourinho saiu de campo... chateado

Aquele golo, aos 64 minutos, era um prémio justo para a boa reacção do Real Madrid no início da segunda parte. A formação espanhola, diga-se, não teve um jogo fácil. Bem pelo contrário. O Lyon provou outra vez que é um adversário temível em casa: é forte, é intenso, joga motivado e faz uma pressão enorme.

O Real Madrid, durante toda a primeira parte, apenas ameaçou num livre de Ronaldo. O resto foi Lyon. Não foi um massacre, longe disso, mas foi um domínio claro. Através de um futebol enérgico, com muitas variações de flanco, jogo pelas alas e cruzamentos, o Lyon criou duas ou três boas ocasiões de golo.

Benzema emocionou-se: «Tinha aqui a família»

Na segunda parte, como se disse, o Real Madrid reagiu bem. Combateu o futebol físico com mais futebol físico, adaptou-se à falta de espaços, atirou uma bomba ao poste num livre de Ronaldo e acertou com estrondo na trave num cabeceamento de Sérgio Ramos. Aquelas duas jogadas estabeleceram distâncias preciosas.

A partir daí Mourinho mexeu bem na equipa e o golo chegou na altura certa. O Lyon acusou a desvantagem e demorou a reagir. Só após a entrada de Pjanic, aliás, o fez verdadeiramente. Então empatou e evitou a primeira vitória do Real Madrid em Lyon. Alcançou o que será um mal menor, portanto.

Mourinho ficou chateado com o empate, mas sai de França com metade da maldição derrubada e com boas perspectivas. Parte na frente da eliminatória, aliás. Precisa de não perder em casa, nem empatar com golos. Michel Bastos também não joga no Bernabéu por castigo e tudo junto são boas notícias.

Veja os golos: