Figura: İlkay Gündogan
 
O alemão foi o jogador mais importante na vitória do Barça no Dragão. O médio tem uma qualidade incrível: sabe quando libertar e segurar a bola ou quando romper linhas em condução. E associa a qualidade de execução a conhecimento tremendo do jogo. Face à dificuldade espanhola em superar a pressão portista nos primeiros minutos, Gundogan recuou uns metros e ajudou Oriol na primeira fase de construção. Fluidez de jogo, simplicidade de processos e uma leitura de jogo ao nível dos melhores do mundo, İlkay fez a assistência para o golo de Ferran Torres. Nem todos os craques gostam das luzes da ribalta.

Momento do jogo: Ferran castiga Romário Baró, minuto 45+2

No final de uma primeira parte equilibrada, o Barcelona saltou para a frente do marcador com um erro do FC Porto. Romário Baró tentou devolver a bola a Fábio Cardoso, mas o passe ficou curto e nos pés de Gundogan. Com toda a classe, o alemão isolou Ferran Torres que fez a bola passar por baixo do corpo de Diogo Costa.

Outros destaques:

Romário Baró: lançado na Luz, lançado contra o Barcelona, o luso-guineense é médio com capacidade para ter bola e transportá-la, uma característica pouco comum. Confiante com bola, capaz na ajuda a João Mário, enfim, o médio formado nos dragões estava a fazer um jogo interessante. Porém, Baró cometeu um erro e o Barça aproveitou para marcar. Tentou redimir-se na segunda parte ao cruzar para a finalização de Taremi ao lado, não conseguiu, mas nem por isso o Dragão deixou-o cair e aplaudi-o quando foi substituído. 

João Félix: assobiado de princípio a fim, o internacional português não se escondeu nunca do jogo e mostrou a espaços o jogador que é (ou que tem potencial para ser consistentemente). Além de pormenores de classe, o avançado deu o primeiro sinal de perigo dos catalães com um pontapé de fora da área. Tentou mais uma ou outra vez, mas não foi feliz na finalização.

Pepê: voltou a ser o segundo avançado e não se deu nada mal. O brasileiro foi extremamente útil na pressão alta e esteve ligado a algumas das situações mais perigosas do FC Porto. Pepê pecou, ainda assim, na definição ao nível da finalização: em duas ocasiões, na cara de Ter Stegen, foi demasiado lento e foi desarmado pelos homens dos blaugranas. Acabou o jogo como lateral-direito, a correr metros para travar contra-ataques do adversário - incrível.

Wendell: Yamine Lamal, o titular mais jovem de sempre na Champions, não teve vida fácil perante o brasileiro. O lateral-esquerdo voltou a exibir-se em bom plano e embora tenha falhado um ou outro passe, não comprometeu. Wendell deixou, por norma, a ala para Galeno e atacou mais pelo corredor central, ficando perto de marcar num lance que Ter Stegen travou com os pés. Foi o responsável pela expulsão de Gavi.

João Cancelo: o internacional português começou o jogo com uma má abordagem e um cartão amarelo por falta de Galeno. O lateral-direito esteve longe de fazer uma exibição brilhante no Dragão – um patamar abaixo do de Félix, por exemplo – e cometeu penálti por mão na bola, posteriormente anulado pelo VAR por braço de Eustáquio instante antes. Um jogo que não lhe deixará saudades.

Koundé: o francês fez um bom jogo. Depois de um lance com Taremi na área catalã e que deixou dúvidas, o ex-Sevilha elevou o nível no segundo tempo, acumulou cortes decisivos (que o diga Pepê!) e deixou o Porto como um dos melhores do Barça.

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