O Sp. Braga empatou a uma bola na receção ao Union Berlim, em jogo da Liga dos Campeões. Um resultado que até poderia ser positivo, ao levar em linha de conta que os bracarenses ficaram reduzidos a dez – expulsão de Niakaté – a partir da meia hora de jogo. Mas, a igualdade é altamente penalizadora para os arsenalistas, que mesmo com dez foram superiores.

A equipa de Artur Jorge mostrou que é uma legião que não se mede pelo número de guerreiros, sendo a principal falha nesta noite de Champions a finalização.  Foram vários os lances desperdiçados, não permitindo que a continuidade nas provas europeias fosse uma realidade já neste jogo, ficando, ainda assim, intacta a “final” pedida por Artur Jorge para Nápoles no último jogo do grupo.

O tento de Álvaro Djaló, já na segunda parte quanto os bracarenses estavam reduzidos a dez, serve como uma espécie de atenuante a uma noite em que o Sp. Braga teve personalidade e atitude, não deixou que se percebesse quem estava a menos e foi para cima do adversário. Prolonga-se a saga do Union Berlim, que somou o 16.º jogo consecutivo sem saber o que é vencer.

Talento bracarense tenta fintar operariado e expulsão de Niakaté

Com um arranque equilibrado, o jogo acabou por ser de operariado nos instantes iniciais. Embate intenso, muito disputado e feito de duelos, com os dois conjuntos a perceberem isso e a adaptarem-se às circunstâncias. Organizado, um Union em crise se resultados agrupou-se e tentou taticamente suster o maior talento da equipa lusa.

Foi conseguindo. Aqui e ali um rasgo individual, ou um lance em que o espaço certo acabou por ser encontrado, ia dando maior ascendente ao Sp. Braga. Banza e Álvaro Djaló deram os avisos, com lances perigosos em que acabaram por ficar muito perto de abanar as redes à guarda de Ronnow.

Até que à passagem da meia hora de jogo esta tendência sofreu um duro revés. Completamente desnecessário, Niakaté foi ao seu meio campo ofensivo ter uma entrada perigosa – no tornozelo do adversário – acabando expulso. Aproveitando a superioridade numérica, os alemães chegaram ao golo perto do intervalo.

Lance pela esquerda, Roussillon contemporizou e faz o passe com as medidas certas para Gosens aparecer bem a rematar de forma convicta para o fundo das redes, abrindo o ativo com um remate cruzado. Nos descontos o Sp. Braga ainda esteve perto o empate, pedindo penálti, mas o embate foi empatado para o descanso.

Um exemplo de personalidade que só deu para o empate, mas merecia mais

Perante este cenário de dificuldade extrema para o Sp. Braga veio ao de cima a personalidade da equipa arsenalista. Camuflou por completo o facto de estar com menos um homem em campo, procurou o resultado e foi para cima do adversário mantendo o equilíbrio. Álvaro Djaló fez o empate em apenas seis minutos.

Erro do conjunto alemão na saída, Ricardo Horta interceta e fica com via livre para isolar o atacante, que na passada, na cara do guarda-redes, disferiu uma bomba com o sentimento de revolta bracarense. Dose extra de confiança para a pedreira, que acreditou na remontada, esquecendo por completo a questão da inferioridade.

Penúltimo na Bundelsiga, sem ganhar há mais de três meses, o Union Berlim passou mal. Durante vários momentos foi remetido à sua defesa sem argumentos para dar resposta à vontade do Sp. Braga. Veio ao de cima a falta de eficácia do Sp. Braga em vários momentos, desperdiçando algumas oportunidades soberanas.

Empate confirmado a uma bola. O Sp. Braga mostrou que é uma legião que não se mede pelo número de guerreiros, deixando todos os cenários em aberto para a derradeira ronda do grupo C. Pode, em caso de vitória em Nápoles continuar, na Champions, tem o mínimo da Liga Europa encaminhada, mas pode até dizer adeus às provas europeias.