O dia 2 de novembro de 2012 assinala uma marca negra na carreira de Maicon. O defesa do FC Porto lesiona-se com o Marítimo e perde a titularidade.

O diagnóstico não deixa margem para dúvidas e implica uma paragem relativamente longa: entorse no tornozelo direito com arrancamento ligeiro do astrágalo (osso do pé).

Num ano, Maicon larga o estatuto de patrão da defesa e passa a terceira opção do eixo central, atrás de Otamendi e Mangala. O castigo do francês, agora, devolve ao brasileiro o acesso ao onze inicial. E logo contra o Nacional, a sua primeira equipa em Portugal.

Sábado é um dia marcante no percurso de Maicon no FC Porto e o próprio Paulo Fonseca fez questão de referi-lo na conferência de imprensa. O técnico confirmou a titularidade do central e sublinhou a relevância desta oportunidade.

«Não é fácil estar tanto tempo no banco»

Na localidade de Planura, Minas Gerais, o FC Porto-Nacional terá a dimensão de uma final europeia.

Maurides Roque, pai de Maicon, desabafa ao Maisfutebol sobre «a má sorte» do filho com as lesões ao longo do último ano e deseja que o «regresso à felicidade» não seja apenas pontual.

«O Maicon está muito feliz por voltar a ser titular. Não é fácil passar tantas semanas no banco», regista o senhor Maurides, elogiando por mais do que uma vez na conversa «o apoio dos responsáveis do FC Porto e dos adeptos».



Nem sempre foi assim. Antes de se tornar indiscutível - entre 2010 e 2012, nas épocas de Villas-Boas e Vítor Pereira, respetivamente -, Maicon teve de carregar o fardo do mal amado.

«Não tenho dúvidas que o Maicon voltará a ser titular absoluto do FC Porto. É verdade que as lesões o prejudicaram, mas o mau tempo já lá vai e ele está muito forte», acrescenta Maurides Roque.

«Aposto que o Maicon faz um golo no sábado»

O percurso de Maicon no FC Porto é, de resto, curioso. Sob orientação de Jesualdo Ferreira, em 2009/10, raramente mostrou a capacidade exigível para ser titular de uma equipa com a dimensão dos dragões. Erros infantis, limitações técnicas, enfim, um mar de dúvidas.

A resposta dada logo no ano seguinte foi, no entanto, soberba. 37 presenças em jogos oficiais, mais três golos e a certeza de que o caminho evolutivo estava a ser trilhado da forma certa. Os dados, entusiasmantes, foram revistos e confirmados em 2011/12: 31 partidas e três golos.

Por falar em golos, o pai do defesa central aposta que Maicon marca no sábado. «A nossa família vai juntar-se para ver o jogo e aposto que o meu filho vai fazer um golo ao Nacional. Ele está a trabalhar há muito para jogar. Vai mostrar que está plenamente bem».

«O Maicon dá-se bem com o Otamendi e o Mangala»

O maior problema de Maicon em 2013 tem-se chamado Mangala. À perda de influência do brasileiro corresponde proporcionalmente a ascensão do internacional francês. Otamendi continua de pedra e cal.

«Pelo que eu sei, o Maicon tem uma excelente relação com ambos. Falam muito. Mas todos são profissionais e querem jogar. O importante é a conquista do tetra», dispara Maurides Roque que, uma vez mais, nos diz que gostava de ver o filho a representar Portugal.

«Na seleção do Brasil é difícil entrar, há muita política. Para mim seria um orgulho ver o Maicon na seleção portuguesa. Eu ficaria muito feliz e ele também, seguramente».

MAICON ANTES DA LESÃO:

. 2009/10: 12 jogos (11 a titular), 1 golo
. 2010/11: 37 jogos (35 a titular), 3 golos
. 2011/12: 31 jogos (31 a titular), 3 golos
. 2012/13: 12 jogos (12 a titular), 3 golos

TOTAL: 92 jogos (89 a titular), 10 golos

MAICON DEPOIS DA LESÃO:

. 2012/13: 10 jogos (6 a titular), 1 golo
. 2013/14: 5 jogos (3 a titular)

TOTAL: 15 jogos (9 a titular) e 1 golo