Gabor Zavadszky, jogador húngaro do Apollon, morreu esta sexta-feira. O médio de 31 anos era colega de equipa dos jogadores portugueses João Paiva, Hélio Pinto e Filipe Duarte e foi encontrado morto em casa.
No Chipre, enquanto aguardam pelo resultado da autópsia, todos atribuem a causa da morte de Gabor a uma dor no adutor sentida após o jogo de quarta-feira, para a Taça. O médio morreu, ao que tudo indica, com uma trombose cerca de 48 horas depois de ter jogado 25 minutos.
«Ele sentiu uma dor ajuda na zona do adutor depois do jogo com o APEP. Na quinta-feira fez alguns exames e foi ao hospital, mas não lhe detectaram nada de grave e mandaram-no para casa. Na sexta-feira ia fazer mais exames, mas como era feriado aqui no Chipre não fez e só faria na próxima semana. Às seis da tarde houve colegas que lhe ligaram e ele não atendeu e por volta da meia-noite arrombaram a porta de casa dele e encontraram-no morto. Ao que nos dizem foi devido a uma trombose provocada por essa dor aguda no adutor», descreve ao Maisfutebol João Paiva.
O Apollon ia jogar este sábado com o Enthoi, mas o jogo foi cancelado. A equipa já regressou de Nikosia, onde se encontrava a estagiar com vista à 14ª jornada do campeonato cipriota, e Hélio Pinto explica como teve conhecimento da notícia: «Estava em estágio e ligaram-me pela manhã dizendo para ir à recepção do hotel pois tinha havido uma tragédia. Quando lá cheguei os responsáveis do clube explicaram-nos que o Gabor tinha morrido.»
O médio húngaro falecido era próximo dos três portugueses que jogam no líder do campeonato do Chipre e já tinha falado com Hélio Pinto sobre a trágica morte de Féher, pois quando o avançado morreu o médio fazia parte do plantel do Benfica: «Falámos sobre isso pois ele conhecia o Féher de ir à selecção da Hungria, mas nunca jogaram juntos. Já comentei com a minha mulher que não devo ir à Hungria para o funeral dele pois já lá fui quando foi do Féher e é complicado regressar lá para o funeral de mais um colega.»
O ex-jogador do Benfica reconhece que não há comparação entre a morte de Féher e a de Gabor: «São situações diferentes pois o Féher foi no relvado e não soubemos ao que se deveu. No caso do Gabor o que sabemos é que ele sofreu uma trombose devido à forte dor no adutor que terá feito com que uma artéria tivesse rebentado. Não tenho medo, mas a partir de agora vou ter muito mais cuidado quando tiver uma lesão.»
João Paiva reconhece a proximidade que os portugueses tinham com Gabor, húngaro que até sabia uma palavras de português: «Ele era muito próximo de nós e era uma excelente pessoa. Sabia algumas palavras em português e até cantava músicas do Caetano Veloso. É uma grande perda. Isto foi uma tragédia.»
O golo a Vítor Baía
O avançado português garante que não passou a ter medo, mas não nega que a morte inesperada de Gabor vai deixar marcas: «Ele estava sozinho e até tinha dito que se sentia melhor, mas as pernas estavam inchadas. A mulher dele estava na Hungria com os dois filhos gémeos de cerca de cinco anos.»
Para além de ser companheiros do trio de portugueses que joga no Apollon, Gabor Zavadszky teve contacto com o futebol português na época 1994/95. Ao serviço do Ferencváros defrontou o F.C. Porto nos oitavos-de-final da Taça da Taças e marcou um golo a Vítor Baía no jogo da segunda-mão. A equipa húngara venceu esse jogo por 2-0 e Gabor, que jogou a avançado, marcou o primeiro (26 minutos). Os portistas passaram à fase seguinte fruto da vitória em casa por 6-0.