Podem chegar aos oito anos de prisão efectiva as penas para Manuel Zeferino, director desportivo e Marcos Mayner, médico, da equipa LA-MSS, que na terça-feira foram acusados pelo Ministério Público (MP) de oito crimes de corrupção de substâncias alimentares ou medicinais e outros tantos de administração de doping. As penas previstas vão de um a oito anos de prisão para o primeiro crime e até dois anos para o segundo.
O médico Marcos Mayner já reagiu à decisão do MP, dizendo que se está a criar um «bode expiatório». «Nunca dei nada dopante, podem certificar-se com os corredores, e, consequentemente, contra a sua saúde e jamais administrei alguma coisa sem dizer exactamente o que era. Se eram vitaminas, eram mesmo vitaminas, se era fólico, era isso. Toda a vida expliquei o que dava», garantiu o médico à «Lusa».
Mayner lançou ainda duras críticas ao sentido tomado pelo Conselho Nacional Anti-Dopagem e MP: «Porque não vão à Liberty, talvez tenham algum familiar na equipa? É isso que me dói, quando foram apanhados três corredores com a mesma substância. Isso é que é organização. Dá-me a sensação de que connosco, mais com o Zeferino, que demonstrou ser o melhor técnico de ciclismo em Portugal, se trata de criar um bode expiatório para se ver que se está a lutar e que estão a fazer acusações, enquanto o próprio presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo foi médico de equipas e teve vários positivos, o último dos quais quando o Marcho Chagas ganhou a Volta a Portugal».
Marcos Mayner assegurou que ainda não foi notificado da acusação. O caso remonta a Maio de 2008, quando uma operação surpresa resultou na apreensão de material e substâncias alegadamente utilizadas na prática de doping. Este caso significou o fim da equipa LA-MSS que, à época, era a mais prestigiada do pelotão nacional.