A Comissão Europeia confirmou hoje a abertura de uma investigação a sete clubes espanhóis, entre os quais o Barcelona e o Real Madrid, no seguimento de queixas de que terão recebido ajudas financeiras ilegais do Estado.

A Comissão entende que o alegado apoio – estimado em alguns milhares de milhões de euros – terá dado aos clubes uma vantagem desleal em tempos de crise financeira.

«A Comissão Europeia abriu três investigações distintas para verificar se várias medidas de apoios públicos a favor de certos clubes espanhóis estão em linha com os Estados da União Europeia e as regras», confirmou a CE em comunicado.

De acordo com o Comissário da Concorrência da CE, o espanhol Joaquin Almunia, os clubes de futebol devem ser capazes de financiar as suas contas correntes e financiamentos com uma gestão financeira adequada, ao invés de o fazerem à custa dos contribuintes.

As queixas envolvem não só o campeão FC Barcelona e o Real Madrid, mas também o Athletic Bilbau, o Osasuna, o Valência, o Hércules e o Elche.

«A Comissão teme que essas medidas tenham providenciado vantagens significativas a esses clubes em detrimento de outros, que operaram sem qualquer suporte», acrescenta o comunicado.

A CE diz ainda não ter sido informada dos pagamentos e que o alerta surgiu de «cidadãos preocupados».

A primeira investigação irá procurar eventuais benefícios fiscais a Real Madrid, Barcelona, Athletic Bilbau e Osasuna, e outro inquérito incidirá nos negócios imobiliários entre Madrid e o Real.

A Comissão quer ainda verificar os empréstimos concedidos pelo Instituto estatal de Finanças de Valência a Elche, Hércules e Valência.

Esta investigação em três partes é o primeiro passo de um processo que poderá levar a sanções caso se conclua que as regras da União Europeia foram infringidas.

O ministro dos Negócios Estrangeiros de Espanha, Jose Manuel Garcia-Margallo, já disse, antes do comunicado, que o executivo defenderá os clubes até ao fim: «daquilo que sei, não houve nada de ilegal».