Dezassete golos no campeonato não são apenas um cartão de visita: são sobretudo um bilhete de identidade. Em cada um deles surge a impressão digital de Lima. O brasileiro do Sp. Braga é o melhor marcador da liga e é sobretudo um detonador da candidatura dos minhotos ao título.

No fundo Lima não se limita a fazer golos: constrói-os. Para além dos dezassete golos que marcou, já fez seis assistências: duas para Hélder Barbosa, duas para Alan, uma para Ukra e uma para Nuno Gomes. O Braga, esse, fez 47 golos no campeonato. Metade deles passaram por Lima, portanto.

O goleador que queria ser famoso

A potência que impõe no último terço do futebol bracarense marca a diferença: na velocidade, na força ou no remate, Lima assume-se como o homem que garante os golos: e fabrica as vitórias. «É um jogador com um centro de gravidade muito baixo, por isso é tão forte fisicamente.»

As palavras são de António Conceição, treinador que conheceu Lima no Belenenses e o aconselhou ao Sp. Braga. «No contato direto com adversários ganha quase sempre. Além disso joga com os dois pés, é rápido e é potente. É extremamente difícil encontrar um avançado assim em Portugal.»

O Cabeça, pai-de-santo do Vizela

Os golos estão aí para o provar: Lima fez até agora sete golos de bola parada e dez de bola corrida. Destes dez que surgiram de bola corrida, oito foram marcados com o pé. A jogada é quase sempre a mesma: lançamento para o espaço vazio, a solicitar a corrida de Lima e o remate na passada.

«Taticamente é muito inteligente. Surge bem nos espaços vazios, sabe surpreender vindo de trás e tanto pode jogar num 4x3x3 como num 4x4x2.» Alan e Mossoró são os companheiros que melhor o compreendem: cada um dos brasileiros já fez três assistências para Lima finalizar em golo.

A obsessão que vem de longe

O avançado, de resto, é sobretudo um jogador de bola junto à relva. Até agora fez apenas três golos de cabeça, sendo que apenas um deles foi na sequência de bola parada: um canto. As bolas paradas assumem importância para Lima, sim, mas sobretudo quando o brasileiro assume a marcação.

O avançado fez sete golos de bola paradas, sendo que quatro golos foram de penalty e um de livre direto. Houve um de canto (o tal finalizado de cabeça) e um na sequência de um pontapé de baliza de Quim. «É um excelente profissional e trabalha muito todos os aspetos do jogo», justifica Toni.

Quando é que Lima faz os golos?

Como jogador fisicamente forte que é, de resto, Lima aproveita os minutos finais para marcar os golos. Oito dos dezassete tentos apontados, por exemplo, surgiram na última meia hora. Mas há mais, claro: nos quinze minutos finais das primeiras partes, Lima já marcou por quatro vezes.

No fundo o avançado aproveita a altura dos jogos em que os adversários apresentam maior cansaço para fazer mais golos. O período entre os 61 e os 75 minutos é o mais produtivo de todos: cinco golos. Lima ainda não marcou no primeiro quarto de hora dos jogos e só fez dois golos no segundo.