José Morais, que conquistou no domingo uma inédita dobradinha ao serviço do Jeonbuk, na Coreia do Sul, vai deixar o clube no final desta época e assumiu o objetivo de treinar em Portugal.

Em declarações à agência Lusa, o antigo técnico-adjunto de José Mourinho sublinhou, à beira do final do contrato de dois anos com a equipa asiática, que não está «obcecado» com o regresso a Portugal, mas confessou acreditar que é algo que «mais tarde ou mais cedo» acabará por acontecer.

«Estamos no meio da temporada e eu desejo sucesso a todos os meus colegas treinadores. Depois, no início da próxima temporada, se eventualmente existir alguma oportunidade e abertura para que eu possa treinar em Portugal, sim, terei muito gosto e aproveitarei a oportunidade», explicou o técnico.

O antigo técnico do Benfica B, Estoril Praia, Académico de Viseu e Santa Clara não revela, no entanto, qualquer tipo de mágoa por vir a desenvolver a sua carreira longe do país, pois entende que as oportunidades que foram surgindo assim o ditaram e reconhece que não teve «tanto tempo disponível quanto aquele que seria necessário para poder aproveitar uma oportunidade em Portugal».

«Acredito que são coisas perfeitamente naturais, não tem a ver com falta de oportunidade ou não ter lugar. São apenas circunstâncias que me levam a isto e, no fundo, a vida é um pouco assim. Somos todos diferentes e temos caminhos diferentes. O que posso dizer é que estou num momento que, em termos de conhecimento, acredito que possa ser um valor acrescentado em qualquer clube», assegurou José Morais.

Sobre o sucesso alcançado na Coreia do Sul, o técnico mostrou-se feliz «por vários motivos», entre os quais a demonstração no estrangeiro da qualidade dos treinadores portugueses.

«Enquanto treinadores no estrangeiro é importante ter sucesso. Isso permite não só que o nosso mercado de trabalho esteja aberto, como também que essa imagem influencie, depois, a possibilidade de entrada de outros treinadores portugueses, já que revela um pouco a qualidade e competência dos treinadores nacionais», explicou.

Mas a missão de José Morais no Jeonbuk Motors, clube do grupo Hyundai, ainda não chegou ao fim e o próximo objetivo do técnico para acabar de cimentar essa boa imagem dos treinadores portugueses passa por conquistar a Champions League asiática, na qual soma apenas um ponto em dois jogos disputados no Grupo H.

«As coisas vão ser discutidas entre nós, o Yokohama Marinos e o Shangai SIPG. Ganhámos as duas competições internas, em termos de motivação e crença os jogadores estão conscientes de que têm capacidade para se superar e para vencer. Não é uma obrigação, mas um querer nosso, porque gostamos de ganhar e queremos ganhar essa competição também», apontou o treinador.