Costinha, treinador do Paços de Ferreira, comentou, desta forma, a vitória frente ao Marítimo e a conquista do primeiro triunfo da temporada:

«Deixem-me dizer o que me vai na alma. Esta é uma vitória inteiramente merecida para uma estrutura que trabalha com uma dedicação fora do normal e se emprega a fundo desde o presidente ao funcionário que trata da relva. Quem viu o jogo deve estar contente. Foi um jogo entre duas belas equipas. O Marítimo sai derrotado mas continua a ser uma grande equipa e está muito orientada. Criou-nos dificuldades, mas soubemos responder de forma equilibrada e sóbria. Nunca abdicamos dos nossos princípios, apesar de estarmos três vezes na situação de vencidos. Conseguimos a força anímica para dar a volta ao resultado e saímos daqui com três pontos preciosos. Esta é uma guerra longa. Ganhámos uma batalha e temos de manter esta consistência e filosofia até ao final.

Conseguiu passar alguma coisa para os jogadores na segunda parte, quando o jogo teve golos quase sucessivos?
«Consegui. Por vezes, é complicado porque a cabeça dos jogadores está em querer fazer as coisas bem. Transmitimos o que necessitávamos. Disse no início aos meus jogadores que começam onze a jogar e há outros que vão finalizar. Foi o que aconteceu. Os que saíram do banco acrescentaram alguma coisa e fizeram com que o trabalho dos que iniciaram tivesse um prémio justo».

Este pode ter sido o momento de viragem da equipa no campeonato?.
«Acho que o momento de viragem foi o jogo com o Setúbal, quando jogamos com 10 e demos uma excelente imagem. Hoje, demos continuidade ao que fizemos nesse jogo. O começo do campeonato foi difícil, mas é o calendário que temos e não o podemos mudar. O que é importante realçar é que a equipa está a trabalhar com afinco, sabe o que quer e as orientações estão a ser seguidas à risca. Estamos a colher alguns frutos do que plantámos. Mas ainda é muito cedo e temos apenas 4 pontos. Não era um treinador quando perdia ou empatava e não vou ser outro quando ganho. Continuo a ser ambicioso e a pensar que se o campeonato acabasse hoje estávamos numa posição difícil. Por isso, temos de dar seguimento a este tipo de trabalho».

A equipa esteve três vezes em desvantagem e conseguiu recuperar sempre. Isso mostra carácter e identidade?
«Se não significa isso, não sei o que pode significar. Para mais frente a uma equipa como o Marítimo. Não é uma equipa qualquer, sabe o que fazer em campo e tem jogadores possantes e rápidos na frente. A força anímica da minha equipa superava hoje qualquer adversário. Foi, de facto, notável».