Costinha já identificou alguns dos principais problemas do Beira Mar e que estão na origem do último lugar ocupado pela equipa na tabela. A sangria vai ter de parar, se os jogadores querem mesmo agarrar a manutenção. Com unhas e dentes.

«Quem quer ficar na I Divisão, em casa não pode perder pontos. Temos de fazer uma reflexão e nisso os atletas têm tido muita consciência. Não é possível cometer mais erros e continuar a sofrer golos em todas as jornadas», acusou o técnico, dando ênfase a este último aspeto:

«Deve ser caso único no futebol. Temos de estancar isso e assumir que temos de ganhar em casa. Não há meias palavras. Contra adversários diretos, se bem que o Nacional está numa posição mais cómoda, só podemos pensar nos três pontos.»

O Nacional traz, até, boas memórias aos aveirenses, porquanto a primeira vitória da época aconteceu, justamente, na Choupana. «Podemos agarrar-nos a todas as situações, o importante é entrar com pensamento nos três pontos e, no final, ter consciência de que tudo fizemos para os ter», assevera.

«Às vezes trabalhamos e a sorte não nos sorri. Vamos à procura dela. O trabalho que os atletas têm feito, a forma como jogaram com o Benfica e o Paços, demonstra que têm qualidade e um futuro risonho, se se mantiverem coesos, unidos, e mantiverem a ambição de querer ficar na Liga», acrescentou.

«Rúben Ribeiro? Fez dois jogos bons...»

Rúben Ribeiro ameaça tornar-se no jogador da moda neste final de época. O médio deu nas vistas diante dos encarnados, mas há muito que a sua qualidade era reconhecida em Aveiro. Costinha não quer, todavia, qualquer deslumbramento.

«Toda a gente fala dele neste momento, mas a verdade é que a equipa está em último lugar. Não quero um jogador que pense que só porque fez dois bons jogos, já é o maior», atalha o antigo internacional português, antes de colocar o dedo na ferida:

«É um dos problemas em Portugal. Mata-se muitos jogadores por causa disso. Fazem dois jogos bons e aparecem nos jornais como os craques, os salvadores da pátria, e depois muitos deles relaxam.»

Mas com Rúben tudo parece ser diferente. «Sabe muito bem que ainda tem um trajeto importante para fazer. Felizmente, é consciente e aquilo que conversamos deixa-me antever que é uma pessoa inteligente e sabe que apenas fez uma parte do seu trabalho. Ele e os outros.»

Para ver Rúben Ribeiro e os outros, Costinha apela ao público, num estádio tradicionalmente com pouca gente, mas numa altura em que todas as vozes, todas as gargantas a puxar pelo Beira Mar, não serão de mais. «Guardem o cachecol» de um dos grandes, diz, e troquem-nos por com as cores aurinegras.

«É importante encher o estádio em qualquer altura, não só nesta fase. Gostaríamos de ter mais apoio da gente de Aveiro. Antigamente, ir jogar ao Mário Duarte era muito complicado. Joguei lá dois anos e sei como era», rematou.