Costinha, treinador do Beira Mar, no final da derrota em Aveiro, diante do Benfica, este domingo, e que deixou a equipa isolada no último lugar da liga:

«Fico orgulho do que os meus jogadores fizeram hoje, penso que deram uma resposta importante e significativa, contra muitas coisas que foram ditas ao longo da semana, de que o Beira Mar só se galvaniza por ser diante do Benfica. Equipa minha galvaniza-se nem que seja com o Gafanha! Porque se não se galvaniza com o Gafanha, não tem qualidade para esta na I Liga.

[É uma resposta direta àquilo que disse Jesus na antevisão?] É uma resposta direta. Houve coisas que não gostei de ver, há que ter respeito pelo Beir Mar. Claro que ele não conhecia aquilo que tenho vindo a desenvolver com os meus jogadores, mas equipa minha não se motiva só com o Porto, o Sporting, o Benfica ou o Braga, motiva-se com todas. Só assim podemos ter uma equipa mais descansada na tabela e não andarmos aflitos.

Fomos uma equipa forte, que encontrou um adversário também forte, com bons jogadores, com um treinador campeão nacional, mas se formos ver às estatísticas o Beira Mar foi quase superior em tudo. Os jogadores têm de estar orgulhos, confiantes, manter a mesma dinâmica e postura, porque, se continuarmos assim, a manutenção deixa de ser uma miragem e passa a ser uma certeza. O empate seria mais justo? Penso que sim, pelo que o Beira Mar fez. Tivemos 16 remates contra 10 do adversário e 56 por cento de posse bola. Agora eu pergunto: quem é que consegue isto frente ao Benfica? Mesmo a perder não tivemos medo e arriscámos. Os jogadores não se limitaram a defender, não houve autocarro, até porque não gosto de equipas que só defendem, mas que procuram o resultado e sejam ambiciosas. O grupo está chateado, porque queria outro resultado.

[Nem pareceu que o Beira Mar está em último] Realmente é uma situação invulgar. Esta equipa tem qualidade, as coisas estão a correr bem, e os jogadores têm noção que, tal como disse no lançamento do jogo, atrás de nós só há equipas da II Liga. Foi bonito ver a romaria encarnada antes do encontro e até disse aos jogadores; isto é o que queremos em todos os jogos, não só este ano, mas para o próximo também. Será sinal que estamos na Liga.

[Que lhe pareceu o lance capital do jogo e a arbitragem?] O penalty, é uma grande penalidade. Ainda não vi a repetição, mas na altura pareceu-me que a bola bateu no braço do meu jogador. Se apitou, não há volta a dar. O Cardozo converteu. Bom para eles, mau para nós. Paciência. Não foi pelo árbitro que não conseguimos outro resultado.»