A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas foi esta quinta-feira questionada sobre a situação da morte do treinador Nuno Alpiarça e das suspeitas de que tenha havido falhas no socorro pré-hospitalar, nomeadamente com a demora na chegada ao hospital e no uso de máscara quando o técnico estava com falta de ar.

Carlos Lopes, em tempos treinado por Nuno Alpiarça, socorreu-se dos relatos de dois atletas que estavam com a vítima, para insistir que o treinador ficou demasiado tempo no chão sem que nada lhe tivesse sido feito, à exceção da colocação de uma máscara e de uma viseira. «No atual protocolo, apanha-se alguém com dificuldades de respiração e a pessoa fica no chão com uma máscara, porque o protocolo covid-19 se sobrepõe a tudo», apontou.

Questionada especificamente sobre o uso de máscara nesta situação, em que a vítima estava com dificuldades respiratórias, Graça Freitas afirmou: «Não vou comentar a situação concreta, mas nós fazemos sempre essa ressalva: quem não tem condição clínica para usar máscara ou está a fazer um tipo de atividade que não permita, não tem essa indicação.»

«A máscara só se aplica se pessoa a consegue tolerar do ponto de vista clínico. Se a pessoa estava com falta de ar, não teria indicação para usar uma máscara», frisou a diretora-geral da Saúde.

Nuno Alpiarça, que tinha testado negativo em testes para a covid-19, morreu na passada quinta-feira na zona de Benfica, em Lisboa, pouco antes de iniciar um treino. Tinha 53 anos.