Apesar dos esforços efectuados ao nível da regulamentação e dos processos de controlo, a fraude continua a representar uma ameaça significativa para as empresas em todo o mundo.

De acordo com o relatório bianual «Economic Crime: People, Culture and Controls» da PricewaterhouseCoopers, quase metade das empresas analisadas foi vítima de alguma forma de crime económico entre 2005 e 2007.

As perdas financeiras directas de cada empresa aumentaram cerca de 40%, de 1,7 milhões de dólares em 2005 para 2,4 milhões de dólares em 2007, em média.

Conduzido em parceria com a universidade alemã Martin-Luther, de Halle-Wittenberg, o estudo que envolveu 5.400 empresas a nível mundial, revela que as empresas que foram vítimas de crime económico nos últimos dois anos (43%) registaram uma perda financeira directa total de mais de 4,2 mil milhões de dólares.

Roubo é tipo de fraude mais comum

A maior percentagem de situações regista-se nos sectores dos seguros e do retalho (57%). Seguem-se o sector público com 54%, serviços financeiros (46%) e sector automóvel (44%).

O roubo foi o tipo de fraude mais comum, reportado por 30% das empresas vítimas de crime económico. Seguem-se a usurpação de propriedade intelectual (15%), corrupção e suborno (13%), fraude contabilística (12%) e lavagem de dinheiro (4%).

Os autores das fraudes são tipicamente indivíduos do sexo masculino (85%), maioritariamente com idade compreendida entre os 31 e os 50 anos e cerca de metade tem formação académica superior. Mais de metade estava empregado na empresa lesada, 26% em posições de Direcção e 43% estavam na empresa há mais de cinco anos.



Segundo o estudo, as razões apresentadas como justificação para a fraude incluem: benefícios financeiros (57%), estilo de vida dispendioso (36%) e desilusão com a carreira (12%). Em cerca de um terço dos casos foram referidos os fracos procedimentos de controlo, o baixo nível de envolvimento com a empresa (34%), o relativo anonimato (17%), a pouca clarividência quanto à ética da empresa (14%) e a tentação (44%).