A organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo, ameaçou levar o terror ao Mundial de Futebol e às eleições de 2014 caso os seus chefes detidos sejam transferidos para um regime disciplinar mais restritivo.

As ameaças foram intercetadas pela polícia em telefonemas e divulgadas pelo jornal O Estado de São Paulo. As conversas entre os criminosos deixaram a Polícia Militar de São Paulo em estado de alerta.

O Ministério Público paulista pediu a transferência de 32 membros da organização detidos para o regime disciplinar diferenciado, que é mais restritivo, após terminar uma investigação de três anos sobre o grupo, cujo resultado mostrou há controle sobre o tráfico de drogas de dentro das prisões.

A investigação também apontou que o PCC está em 22 estados brasileiros, e em outros dois países: Paraguai e Bolívia. O grupo controla 90% dos presídios de São Paulo, tem uma faturação anual de 40 milhões de euros e planeou matar o governador do Estado, Geraldo Alckmin.

Nas conversas intercetadas, membros do PCC afirmam que, caso os líderes sejam transferidos para o regime disciplinar mais restritivo, irão fazer uma greve nos presídios, impedindo a entrada de novos reclusos e recusando-se a ficar dentro de celas.

No caso de o governo reagir à greve com forças policiais, o PCC prometeu organizar ataques nas ruas. As orientações foram feitas por telefonemas de dentro da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo. A cúpula da organização também já teria escolhido substitutos para os cargos principais, caso os chefes fiquem incomunicáveis no novo regime disciplinar.

No ano passado, uma onda de violência promovida pelo PCC culminou no assassinato de pelo menos 106 polícias militares.