A sabedoria popular nem sempre acerta. Pelo menos é esse o entender de Henrique Calisto. O treinador de 60 anos desafia a improbabilidade e volta pela quarta vez a um lugar onde já foi «muito feliz».

«Acho que devemos voltar a sítios onde somos bem recebidos e acarinhados», referiu o sucessor de Costinha, na sala de imprensa da Mata Real, atulhada de gente e muitas questões.

No regresso anterior, quando substituiu Luís Miguel à 12ª jornada da época 2011/12, Henrique Calisto devolveu estabilidade e confiança à equipa de futebol. O plano é, agora, precisamente igual, apesar da «conjuntura distinta».

«Há dois anos tive sucesso e acredito que é possível dar a volta mais uma vez. O Paços é um clube diferente, com uma filosofia peculiar. É com carinho e determinação que encaro este desafio», revelou o treinador, sem medo de ser comparado a Paulo Fonseca, o responsável pelo terceiro lugar de 2012/13.

«O que o Paulo escreveu foi a página mais gloriosa do Paços. A realidade é diferente, não podemos viver do passado. O passado solidifica o presente, é verdade, e o Paços tem agora outro estatuto. O mais importante é que o grupo de trabalho esteja unido».

As prioridades de Henrique Calisto estão bem definidas: conhecer bem o plantel, estabilizar a equipa emocionalmente, chegar rapidamente ao meio da tabela e permanecer na I Liga.

Apelidado de «bombeiro do Paços», Calisto sorriu e respondeu com confiança. «Prezo muito os bombeiros. Sei que é uma leitura positiva, não é pejorativa. Não serei a solução de todos os problemas. Como passei por algo parecido há dois anos, posso ter alguma vantagem e chegar a um final feliz».