Particularmente significativo, segundo o estudo do Centro de Previsões Económicas (CEPREDE), citado pela agência Lusa, é o impacto «multiplicador» das paralisações no sector da construção, devido aos efeitos em empregos indirectos.
O estudo nota que por cada um milhão de euros produzidos pelo sector se criam 10 empregos directos e 14 indirectos, podendo estes últimos representar até 58 por cento de todos os postos de trabalho gerados pelo sector da construção.
Em consequência, sustenta, a importante redução de actividade de construção foi negativa tanto para o sector em si como para outras áreas de actividade e para a geração de emprego em toda a Espanha.
O sector da construção foi o grande responsável pelo aumento do desemprego em Espanha em 2008, com o crescimento dos desempregados a ultrapassar os 168,67 por cento no último trimestre (em termos interanuais) para um total de 585 mil pessoas sem trabalho.
No final do ano a taxa de desemprego neste sector já atingia os 21,1%.
Mais do que ser o sector onde mais cresceu o desemprego, a construção foi também o sector que mais emprego destruiu em 2008.
Próximos anos vão ser negativos
A taxa de desemprego é afectada tanto pelo número de desempregados que perderam emprego como, significativamente, pelos novos trabalhadores, que ainda procuram um primeiro emprego.
No caso da construção o número total de trabalhadores do sector caiu 20,74% em termos interanuais, comparativamente ao decréscimo nos restantes sectores que foi apenas de 3,03%.
Para os autores do estudo os próximos anos continuarão a ser negativos para o sector da construção, pelo que se recomenda, sustentam, investimentos e apostas em sectores baseados no conhecimento e nas novas tecnologias.
Isso, afirmam, permitirá ajudar a recuperar os dados de emprego conseguindo também uma maior produtividade por trabalhador.
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