A Portucel adianta que 2008 será um ano marcado por uma «grande incerteza» devido à crise que assola actualmente os mercados financeiros.

«É expectável que a economia norte-americana continue o processo de acentuado arrefecimento que tem registado desde 2006, existindo mesmo a possibilidade de entrar em recessão durante o corrente ano», adianta a empresa em comunicado.

Espera-se igualmente que a economia europeia «sofra um abrandamento», mantendo apesar disso um crescimento positivo. Como consequência, a economia global deverá «desacelerar também em 2008, admitindo-se, contudo, que as economias emergentes mantenham alguma pujança».

Neste contexto, o grupo diz que se perspectiva uma evolução ligeiramente positiva no nível de procura de papéis finos não revestidos na Europa, principal mercado para os produtos do Grupo.

«Este desenvolvimento da procura, associado ao processo de reestruturação encetado por algumas empresas concorrentes, traduzido, nomeadamente, em alguma redução da capacidade instalada, deverá permitir a manutenção de bons níveis nas taxas de ocupação da indústria europeia».

Por seu lado, a procura de pasta de eucalipto deverá manter-se «forte durante o ano de 2008, sustentada na continuação de um elevado ritmo de crescimento do mercado chinês».

Depreciação do dólar é uma ameaça



A empresa conclui alertando que «a debilidade e risco de nova depreciação do dólar face ao euro constituem uma ameaça que poderá afectar negativamente os preços de venda de pasta e de parte das vendas de papel», assim como «aumentar a concorrência no mercado europeu», quer por parte de produtores localizados em zonas de influência dominante da divisa norte-americana, quer por repatriação de exportações europeias.

Por isso, neste difícil contexto, o grupo assume que continuará a pautar a sua actividade «pela exigente procura de melhorias de eficiência operacional», de forma a continuar a manter «intacta a sua capacidade competitiva nos exigentes mercados internacionais» em que a sua presença se tem vindo a afirmar.

As acções da Portucel seguem a subir 3,34% para os 2,16 euros.