A descida do crude é explicada pela menor procura que acontece no Verão. Passado este efeito sazonal, as subidas voltarão porque se mantêm os problemas estruturais, refere o jornal «Diário Económico».

A queda recente dos preços do petróleo será temporária, pelo que a matéria-prima continuará a pressionar o crescimento dos países mais dependentes de energia importada, como Portugal. E os preços das mercadorias e dos transportes (e por essa via a dar argumentos para subidas das taxas de juro).

Os especialistas ouvidos dizem que os factores especulativos e algumas causas sazonais justificam o alívio «momentâneo» do petróleo. Passada esta fase, uma etapa em que os fundos (hedge funds) lucram com a venda de contratos altamente valorizados, marcada pela menor procura associada ao Verão e pelo abrandamento económico e da procura dos países ocidentais, os peritos consideram que os argumentos para o petróleo voltar a subir continuam intactos.

A procura mundial cresce tendencialmente mais do que a oferta, o cartel do petróleo (OPEP) continua a ter muito controlo sobre as entregas ao mercado, é cada vez mais caro investir na exploração (há muito petróleo no mundo, mas é bastante mais difícil lá chegar), há entraves tecnológicos importantes à produção, o retorno dos projectos de investimento é cada vez mais demorado.