Johan Cruyff dedicou a habitual coluna de opinião no El Periódico ao Real Madrid, e muito em particular a Cristiano Ronaldo. O português falhou os dois últimos jogos e o Real Madrid saiu-se bem em ambos. Por isso em Espanha lançou-se a discussão sobre o papel de Ronaldo.

«É uma dúvida nada razoável», escreve Cruyff. «Todos querem na sua equipa o melhor do plantel. E Ronaldo é o melhor do Madrid. É tão determinante, com as suas virtudes e os seus defeitos, que os que o rodeiam dão-lhe literalmente a bola e esquecem-se de jogar eles mesmos.»

Para o holandês passou-se precisamente o contrário nos triunfos em Santander e com o Hércules. «Primeiro, os colegas apreciaram a sua própria qualidade. Segundo, Ozil tem talento e disponibilizou-o. E terceiro, como o melhor jogador não estava, os outros tiveram que dar um pouco mais ao jogo.»

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Cruyff, apesar de tudo, diz que Ronaldo tem de crescer. «Na plenitude das suas forças, jovem como é, vê-se tão capaz de tudo que, com suas características, lança-se uma vez e outra sozinho contra o mundo. Neste aspecto melhorará com os anos. É uma questão de adaptação que vem com a maturidade.»

«Há duas coisas que tem de aprender. Uma: que o que agora quer fazer a cada três minutos, terá de ser espaçado, sendo mais selectivo para dosificar as forças. Duas: sendo um grande jogador, aprenderá a seleccionar a posição no campo. Participará menos, mas fá-lo-á mais com os colegas.»

«As urgências do Real Madrid são enormes»

Cruyff falou ainda da eliminatória do Real Madrid com o Lyon, para a Champions. Depois do empate (1-1) em França, a formação de Mourinho decide a passagem aos quartos-de-final em casa. «Após uma série de anos a cair nos oitavos, as urgências do Real Madrid são enormes.»

O jogo, recorde-se, é quarta-feira. «Não só pela história e pelo palmarés, o Real Madrid é o favorito. Tem futebolistas e qualidade para impor-se, mas o controlo da pressão será determinante. Para os franceses, a pressão está em voltar a ganhar a liga francesa, não em eliminar o Real Madrid.»