A U. Leiria vai medir forças com um grande pela primeira vez esta época no próximo domingo e, além do grau de dificuldade habitual num jogo destes, vai deparar-se com uma das equipas mais moralizadas neste momento: o Benfica. O início de época goleador da equipa da Luz, que tem contagiado os adeptos e feito algumas vítimas, como o V. Setúbal ou o Belenenses, ameaça estender-se à cidade do Lis, mas, do outro lado, estará uma equipa tranquila e que se recusa a ser engolida pela onda encarnada.
Um dos jogadores que está à espera de ter muito trabalho nessa partida é o central Diego Gaúcho, um estreante na liga principal e também em matéria de jogos com o Benfica. O mais próximo que o defesa esteve de defrontar a equipa agora orientada por Jorge Jesus foi em 2006, quando alinhava pelo Gil Vicente e fez parte da comitiva que se apresentou na Luz, para um jogo que acabou por não acontecer na sequência do celebérrimo caso Mateus. Desta vez, espera jogar e já pensou nos melhores antídotos para um adversário de tamanho poderio.
«O Benfica tem excelentes jogadores, sobretudo na frente, e, por isso, temos de jogar bem fechadinhos, com forte marcação. O importante é não deixar jogar o Aimar, que transporta o jogo de trás, mas sem deixar de ter cuidado com o Saviola, que é muito rápido. Se não tivermos medo, jogando com determinação e concentração, temos mais hipóteses de não sofrer golos», conta o defesa ao Maisfutebol.
Sem conseguir encontrar um ponto fraco no Benfica, Diego Gaúcho prefere destacar o ponto forte da U. Leiria. «É o contra-ataque e a velocidade. Temos feito golos desta forma mas também conseguimos defender bem [apenas um golo sofrido]», aponta o ex-gilista, lembrando ainda que, nos dois encontros em que jogou, com o Marítimo e o V. Setúbal, a equipa manteve as suas redes invioláveis.
Os grandes deixam jogar mais
Habituado a jogar na Liga de Honra, um campeonato muito competitivo e disputado, o central leiriense acredita que estes jogos, diante de adversários com outros objectivos, acabam por ser dos mais fáceis. Eis a explicação: «Normalmente, essas equipas deixam jogar mais, não se preocupam tanto com a marcação. No ano passado, pelo Gil Vicente, fomos ao Dragão pela Taça de Portugal e, apesar de termos perdido por 1-0, tivemos muitas oportunidades para marcar.»
Depois de se ter estreado na Liga, aos 27 anos, apesar de já conhecer bem o futebol português, fruto de três épocas no Gil Vicente, Diego Gaúcho está prestes a descobrir o significado de enfrentar um grande na prova mais importante do futebol português. Ansioso? Nem por isso. «Vai ser uma estreia boa», garante, com um sorriso à mistura.