A FIGURA: Darwin Nuñez

Jorge Jesus anseia por dar-lhe descanso. A verdade é o grau de dependência que o Benfica já tem do uruguaio faz com que a ausência dele seja sempre notada. É assim com os grandes jogadores e Darwin já tem esse estatuto dentro da equipa. Entrou à passagem da hora de jogo com o Benfica em desvantagem e, contra todas as expectativas, resgatou um ponto para os encarnados, que cometeram pecados imperdoáveis ao longo do jogo. Assistiu Rafa para o 3-2 e fez 3-3 nos descontos. Imprescindível este purificador de pecados.

 

O MOMENTO: golo de Darwin. MINUTO 90+1

A derrota era o cenário mais do que provável numa noite negra que até nem começou mal, mas que mudou por completo após a expulsão de Otamendi aos 19 minutos. A fechar, Darwin resgatou para o Benfica um ponto que lhe permite manter-se no topo do grupo a par do Rangers.

 

OUTROS DESTAQUES

Tavernier: lateral-direito de projeção ultra-ofensiva. Foram raras as vezes em que foi visto em linha com os restantes parceiros do setor mais recuado, um pouco à semelhança do lateral-esquerdo Barisic. Criou constantes desequilíbrios pela direita e dificultou a vida a Nuno Tavares, que não conseguiu controlá-lo no lance que deu origem ao empate. Na segunda parte já não havia Tavares, mas Tavernier acentuou os raides em direção à baliza encarnada. Assistiu Morelos para o 3-1 e protagonizou outros momentos que rasgaram a defesa do Benfica.

Kamara: o homem dos equilíbrios no lado esquerdo da equipa escocesa. Foi escudeiro de Barisic nas incursões do croata pela esquerda e revelou critério quando a equipa circulava a bola no ataque. Foi dele o golo da reviravolta do Rangers, num remate rasteiro colocado de pé direito.

Morelos: perigoso no eixo do ataque, perigoso no corredor direito, para onde descaiu inúmeras vezes em trocas posicionais com Aribo. Assinou o terceiro do Rangers e tornou-se no melhor marcador de sempre dos escoceses da UEFA. Antes disso, na primeira parte, teve visão para encontrar Kamara do outro lado do campo no lance do 2-1. Excelente também nas tabelas que foram permitindo abrir a defesa encarnada, sobretudo na segunda parte. Nos minutos finais esteve perto do bis, negado por Vlachodimos com uma mancha.

Rafa: talvez o elemento que mais sobressaiu no meio do desnorte total do Benfica. Desequilibrou pela direita na jogada que deu origem a golo dos encarnados logo no primeiro minuto e protagonizou uma grande jogada na segunda parte, mas faltou-lhe discernimento para o último passe. Reduziu aos 77 minutos após Darwin ganhar na raça sobre a defesa escocesa.

Waldschmidt: tem uma capacidade tremenda para encontrar espaços e ninguém o faz como ele no Benfica. Foi assim no golo de Rafa, ao lançar Darwin, e foi assim a fechar o jogo, com um passe tremendo para o 3-3. O entendimento notável com o uruguaio já não é notícia, mas só pode continuar a crescer.