Ponto prévio: Bas Dost foi vítima do seu próprio ordenado.
O Sporting meteu na cabeça que não podia suportar um peso salarial tão grande e que se impunha por isso transferir o avançado holandês.
O adeus de Bas Dost a Alvalade, no entanto, começou muito antes: começou a partir do momento em que o Sporting contratou Marcel Keizer para o cargo de treinador.
Por acaso lembro-me de no último jogo de Tiago Fernandes, quando já se sabia que Marcel Keizer ia assumir o comando técnico da equipa, ter ficado ao lado de um jornalista holandês que tinha viajado até Lisboa para acompanhar a chegada do compatriota.
Estávamos a conversar e ele dizia estar curioso para ver como Keizer e Bas Dost iam coabitar na mesma equipa: o avançado estava muito longe de ser o tipo de jogador que o treinador prezava.
Eu pensava que isso não era um tema: iam ter de coabitar e de ter sucesso. Bas Dost era por essa altura absolutamente imprescindível para o Sporting.
Menos de um ano depois, deixou de o ser.
Aos poucos, jogo após jogo, foi perdendo importância, foi perdendo influência e foi perdendo eficácia. O Sporting deixou de viver dos golos de Bas Dost e o holandês tornou-se transferível.
Nesta altura, aliás, a SAD leonina tinha duas hipóteses.
Ou admitia que Bas Dost é uma mais valia importante na equipa, que com este treinador não está a ter o rendimento esperado, mas que no futuro pode voltar a tê-lo, ou reconhecia que não vale a pena insistir num investimento tão grande com rendimento baixo e que por isso tinha de sair.
No fundo tinha de escolher entre Bas Dost e Keizer. Escolheu o treinador.