Formalmente apresentado como novo selecionador francês, Didier Deschamps optou por um discurso duro e disciplinador no primeiro contacto com a imprensa, nesta segunda-feira. Depois dos problemas disciplinates no Mundial 2010 e no Euro 2012, que acabaram por antecipar as saídas dos seus antecessores, Raymond Domenech e Laurent Blanc, o antigo capitão da seleção francesa, campeão do Mundo em 1998 e da Europa em 2000, foi claro ao assumir que, na sua maneira de ver «o jogador francês já não tem direito a errar» na seleção.

Confirmado por dois anos, com a missão de qualificar a equipa para o Mundial 2014, Deschamps terá o contrato automaticamente renovado até 2016, caso atinja esse objetivo. Mas o novo selecionador fez questão de lembrar que vai pôr a disciplina à frente de quaisquer outros valores: «Atrevo-me a esperar que toda a gente procure defender o coletivo, o espírito de grupo e a boa mentalidade. Se considerar que um jogador está a pôr esses valores em risco, o meu papel como selecionador será agir. Para lá da qualidade e do talento, há dois aspetos determinantes, o estado de espírito e a noção de grupo», alertou.

Aos 43 anos, Deschamps assume o cargo ainda sem saber quais as sanções aos quatro internacionais alvo de processos, na sequência do Euro 2012: Samir Nasri, Hatem Ben Arfa, Yann M'vila e Jérémy Ménez serão ouvidos pelas instâncias disciplinares a 27 de julho, podendo depois ser alvo de suspensões prolongadas. Apresentado como «um vencedor nato» pelo presidente da federação francesa, Noel Le Graet, Deschamps foi finalista vencido da Liga dos Campeões em 2004,pelo Mónaco, e sagrou-se campeão de França em 2010, pelo Marselha.