Vai ser o maior Europeu de sempre mas não há espaço para todos. Pela primeira vez o torneio iniciado em 1960 vai ter 24 países em competição. Esta noite ficaram a conhecer-se os últimos dois. Estão, assim, definidas as seleções que vão tentar suceder à Espanha, bicampeã europeia em título.

Ao mesmo tempo ficaram a conhecer-se, também, as duas últimas seleções que ficam a ver o Euro pela televisão. Quando muitos diziam que o alargamento impediria que as grandes equipas e, por conseguinte, os grandes jogadores voltassem a ficar de fora, esta fase de qualificação provou que ainda há espaço para surpresas. A Holanda ficou pelo caminho e mundialistas como Bósnia ou Grécia, para além da Dinamarca, também não conseguiram encontrar espaço num torneio que terá Islândia, Irlanda do Norte, Albânia ou Hungria.

Ora, o Maisfutebol decidiu recolher os cacos e tentar colá-los para formar uma equipa. É o mesmo que dizer que, de entre as seleções eliminadas, tentamos encontrar um onze que obedecesse a alguns critérios, com a qualidade à cabeça, claro, mas também que fosse o mais distribuída geograficamente possível.

É que tendo em conta que a Holanda foi terceira classificada no último Mundial, seria simples de mais pegar na esmagadora maioria dos elementos da «laranja mecânica». Socorremo-nos de três, apenas.

Confira e deixe a sua opinião: qual seria o melhor onze entre os jogadores que não vão ao Europeu?

ONZE DE JOGADORES FORA DO EUROPEU

Guarda-redes: Samir Handanovic (Eslovénia, Inter)



Quarta época no Inter de Milão, depois de cinco a brilhar na Udinese. Sempre como dono e senhor do lugar. O gigante esloveno jogou o Mundial 2010 mas nunca mais voltou a uma fase final. E também não foi desta. A Eslovénia ainda garantiu um lugar no playoff, depois de ser terceira no grupo E, atrás de Inglaterra e Suíça, mas não conseguiu passar a barreira da Ucrânia. Aos 31 anos, provavelmente, Handanovic perdeu a última oportunidade de jogar um Europeu. Mas, tendo em conta a posição que ocupa (e até lembrando Király…), nunca se sabe…

Alternativa: Asmir Begovic (Bósnia, Chelsea)

Defesa Direito: Van der Wiel (Holanda, PSG)



Emergiu no Mundial 2010, onde foi com a Holanda até à final, e quando ainda jogava no Ajax. Aliás, a boa campanha na África do Sul não lhe rendeu uma mudança de ares. Ficou na Holanda até ao Europeu que, curiosamente, foi um desastre para a Holanda (três derrotas em três jogos), mas não impediu o PSG de se decidir pela sua contratação. Afirmou-se, continua a ser o lateral titular da seleção holandesa mas vai ver o Euro pela TV.

Alternativa: Ivanovic (Sérvia, Chelsea)

Defesas centrais: Sokratis (Grécia, Borussia Dortmund) e Simon Kjaer (Dinamarca, Fenerbahce)



A Grécia foi um desastre na qualificação, com um dos piores desempenhos de sempre de um campeão europeu, mas tem uma dupla de centrais bem interessante. Sokratis, do Dortmund (na foto), e Manolas, da AS Roma. Pela experiência apostamos no primeiro, a quem juntamos Simon Kjaer, pupilo de Vítor Pereira no Fenerbahce, e que na seleção da Dinamarca faz dupla, habitualmente, com Daniel Agger, já na curva descendente da carreira. Atendendo à idade, tanto para Sokratis como para Kjaer, o Euro 2020 é uma hipótese consistente. As equipas é que precisam fazer melhor…

Alternativas: Konstantinos Manolas (Grécia, Roma) e Stefan de Vrij (Holanda, Lazio)

Defesa esquerdo: Alexandar Kolarov (Sérvia, Manchester City)



Portugal é uma das seleções responsáveis por deixar de fora do Europeu o lateral dos Citizens, embora até tenha percebido bem o que pode valer, sobretudo no jogo na Sérvia em que, apesar de Portugal já estar apurado, teve de lidar com um Kolarov todo o terreno. À sua imagem, no fundo. Nunca jogou um Europeu e está com 30 anos. Pode ter sido a última oportunidade, no fundo…

Alternativa: Daley Blind (Holanda, Manchester United)

Médio direito: Memphis Depay (Holanda, Manchester United)



Um prodígio em ascensão e o segundo holandês da lista. Contratado pelo Manchester United no último defeso, poderia ter em França um palco ideal para se afirmar como estrela maior da Holanda no pós Robben e Sneijder, mas acabou engolido numa campanha para esquecer. Aos 21 anos, tem toda uma carreira pela frente.

Alternativa: Michael Krohn-Dehli (Dinamarca, Sevilha)

Médios centro: Nemanja Matic (Sérvia, Chelsea) e Henrikh Mkhitaryan (Arménia, Borussia Dortmund)



Erros próprios e má fortuna ditaram um precoce adeus sérvio ao Europeu. Matic, um dos líderes da equipa, não terá oportunidade de se mostrar em Paris, tal como Henrikh Mkhitaryan (na foto). O melhor jogador arménio da atualidade (de todos os tempos?) terá vida dura para jogar uma fase final de um grande torneio de seleções. Em França não tem lugar.

Alternativas: Wesley Sneijder (Holanda, Galatasaray) e Christian Eriksen (Dinamarca, Tottenham)

Médio esquerdo: Arjen Robben (Holanda, Bayern Munique)



Porventura, a maior estrela entre as que não vão ao Europeu. Com um currículo que fala por si, o ala do Bayern Munique não conseguiu evitar o descalabro holandês e, aos 31 anos, deve ter perdido a última oportunidade para brilhar numa competição que não lhe traz grandes recordações: eliminado na primeira fase em 2012; apenas dois jogos em 2008; queda nas meias-finais em 2004, na melhor participação, mas no qual não marcou nem um golo

Alternativa: Josip Ilicic (Eslovénia, Fiorentina)

Avançados: Edin Dzeko (Bósnia, Roma) e Nicklas Bendtner (Dinamarca, Wolfsburgo)



A Bósnia falhou o terceiro playoff em quatro (dois deles contra Portugal) e ainda não é desta que se estreia num campeonato da Europa. Edin Dzeko, a principal figura da equipa, vai ver pela televisão o torneio francês enquanto vê esgotar-se a possibilidade de alguma vez marcar presença na fase final da prova. Em 2020 terá 34 anos. O caso de Nicklas Bendtner (na foto) é diferente. O dinamarquês está longe de ser o jogador mais consensual do mundo, mas continua a ser garantia de golos na seleção (Portugal que o diga). Não foi suficiente para aquele que seria o segundo Europeu da carreira, mas tem ainda 27 anos.

Alternativas: Alexander Mitrovic (Sérvia, Newcastle), Klas-Jan Huntelaar (Holanda, Schalke 04) ou Van Persie (Holanda, Fenerbahce)