Declarações de José Gomes, treinador do Desp. Chaves, na conferência de imprensa após a derrota frente ao Moreirense:

«Aconteceu o pior que nos podia ter acontecido, que foi um golo logo no início do jogo, que trouxe à memória, naturalmente, dos nossos jogadores o último resultado em Faro. Trouxe intranquilidade, nervosismo e falta de discernimento, erros nas decisões e, portanto, toda essa intranquilidade jogou totalmente contra, apesar do controlo, na maior parte do tempo, do jogo com a bola, uma circulação sempre muito por trás, sem perigo para a baliza do adversário. Foi um jogo em que imperou o nervosismo e esse nervosismo não deixou que os nossos jogadores mostrassem a qualidade de jogo que podem mostrar.

[Lenços brancos nas bancadas] «Se fosse adepto e estivesse na bancada, também não estava satisfeito. Não posso estar satisfeito com a minha equipa, quando tem quatro derrotas. Nem eu, nem ninguém. Se eu fosse adepto do Desportivo de Chaves, também não estava satisfeito nem com o treinador, nem com os jogadores, estava chateado com a minha equipa porque quero ganhar, quero sentar na bancada e ver bom futebol.»

[Possível saída] Já tenho 30 anos de treino de futebol e isso permite-me sentir quando é que há circunstâncias em que é melhor para o clube e para equipa que o treinador saia, eu próprio já vivi isso. (…) Sou trabalhador e tenho de respeitar todas as decisões de quem manda, evidentemente. Seria um cobarde, com letras maiúsculas, se eu dissesse 'tenho de ir embora, tenho de abandonar isto', porque poderia ser um problema ainda maior para o clube. O plantel ainda está a ser construído, a assimilação está toda no início. Portanto, fazendo um paralelismo com aquilo que é a valia transmontana, com a resiliência, com a capacidade de sofrimento, de lutar contra a adversidade (…), eu tenho de ficar aqui para lutar, até as pessoas me quererem. A insatisfação dos adeptos é legítima, outra coisa é o trabalho que está a ser feito. Os profissionais e as pessoas com responsabilidade sentem e sabem aquilo que está a ser feito.»