Rui Lima

Tem o espírito certo e a atitude mais correcta para uma equipa que só pode pensar em alcançar muitos pontos. Com um pouco de ousadia, até se pode dizer que tem a força axadrezada, pois é um dos muitos jogadores que estão emprestados pelo Boavista ao Aves e que esperam estar no plantel do provável próximo campeão nacional. Foi sempre o mais esclarecido e lutador, mesmo quando o adversário esteve em vantagem. Criou perigo e acreditou que era possível fazer mais e melhor. Na segunda parte tirou partido da abertura da frente de ataque, com Douala na direita e Jorginho a ponta-de-lança. Tirou Sousa do sério e fez o que quis do lateral-direito, cruzando para a área e proporcionando vários lances de perigo aos seus colegas. Esteve nos dois golos, pois foi ele que apontou os cantos. 

Braíma

É mais outro jogador com ligações ao líder Boavista. «Trinco» trabalhador e eficaz, embora lhe falte alguma arrogância na marcação, Braíma teve o momento de glória que tanto desejava, pois o mau estado geral da equipa não lhe tem ajudado a destacar-se e mostrar valor. Joga na sombra de colegas mais experientes, como Nilton, Luís Cláudio e Abílio, por isso não será de admirar que foi quando os dois primeiro já não estavam em campo que o médio-defensivo libertou-se para uma exibição agradável que lhe levou a marcar um golo cheio de oportunidade, oferecendo a vitória à sua equipa. 

Ádamo e Quim

Têm a missão natural de defender os remates dos outros e, por isso, têm essa oportunidade mágica de encantar pelos feitos impossíveis. Merecem, assim, serem destacados de igual forma, embora se conheçam as diferenças de projecção que têm os seus nomes. Um é «apenas» o titular da Selecção, o outro chega a titular intermitentemente e apenas quando Tó Luís está em má forma. Fizeram defesas incríveis, voaram, esticaram as pernas e, acima de tudo, deixaram os atacantes à beira de um ataque de nervos. Devem ser admirados por serem tão bons no que fazem. 

Zé Roberto

Parecia lançado para mais um grande jogo, mas preferiu descansar um pouco depois de ter colocado a equipa em vantagem. Talvez tivesse pensado que as coisas seriam fáceis e a vitória iria surgir de forma natural. Apareceu algumas vezes, mas não tanto como seria de esperar. Foi substituído por Edmilson numa mexida que não terá sido tão acertada por parte de Cajuda, pois Luís Filipe estava a produzir bem menos e ficou em campo. 

Castanheira

É um jogador incontornável e raramente faz mal alguma coisa. Como é habitual foi um dos melhores em campo, mais pela raça e entrega ao jogo do que pela produção de jogo atacante. Deu ideia que a saída de Zé Roberto obrigou-o a mexer-se mais, porque Edmilson estava muito parado. 

Luís Cláudio

Foi o expoente máximo da tranquilidade avense. Tremeu enquanto esteve em campo (primeira parte) e chegou a ser desesperante a forma como perdeu bolas e fez passes errados. Não dá para entender como é que um jogador que realizou uma época passada espectacular, tendo mesmo assinado contrato pelo F.C. Porto, consiga fazer tantos passes errados e perdas de bola. Um jogador deste tipo tem de ter uma mentalidade mais forte e é obrigado a ser mais influente, pois a equipa está num momento em cada erro se paga mesmo muito caro e poderá ditar a descida de Divisão de forma precoce. Carvalhal fez bem em tirar o brasileiro da equipa e os resultados ficaram bem patentes.